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Petista adverte autor do
Fome Zero em público
DA REPORTAGEM LOCAL
Após mais de três horas de reunião e 21 discursos (16 convidados
e mais cinco petistas falaram), as
propostas apresentadas ao presidente eleito foram de apoio à
construção de casas de aço a um
chamamento para a reunião de 10
milhões de voluntários.
O presidente da Força Sindical,
Paulo Pereira da Silva, foi que
propôs que Lula apoiasse projeto
da entidade de construção de casas de aço a um custo unitário de
R$ 7 mil, com prestações de R$ 32
por mês aos mutuários. O bispo
de Duque de Caxias (RJ), d. Mauro Morelli, comentou, bem-humoradamente, o projeto: "Lá na
baixada (fluminense), seriam
úteis devido às balas perdidas".
O presidente da CUT, João Felício, propôs que cada trabalhador
doasse o equivalente uma hora
trabalhada por mês para o fundo
de combate à fome.
O presidente da Bolsa de Mercadorias & Futuros, Manoel Félix
Cintra Neto, disse dispor de projeto que permitiria um aporte de
R$ 9 bilhões de fundos privados
para investimento na agricultura.
O presidente do Conselho de
Administração da Sadia, Luiz Fernando Furlan, propôs a formação
de um "exército" de 10 milhões de
pessoas para o combate à fome.
"Não necessariamente doando
dinheiro, mas tempo", declarou.
Em respeito a coordenadora nacional da Pastoral da Criança, a
médica Zilda Arns, 67, Lula fez
uma repreensão pública ao economista José Graziano, que coordena o Fome Zero.
Zilda havia criticado a distribuição de cupons prevista no programa. "Podem levar à corrupção. É
melhor dar diretamente o dinheiro às mulheres, que têm uma inteligência difusa maior."
Graziano, em sua fala, reagiu:
"Boa parte das criticas que temos
recebidos, infelizmente, são das
pessoas que não leram e não gostaram do programa", disse, para
esclarecer que os cupons serão
cartões magnéticos presentes em
uma das 26 iniciativas do projeto.
O coordenador foi advertido
por Lula mais tarde: "Graziano é
uma figura extraordinária, que
trabalha comigo há 22 anos, mas
tenho que fazer um reparo quando ele diz que só criticam os que
não leram e não gostaram", disse.
"Muita gente leu e não gostou.
Tudo pode ser mudado, aperfeiçoado", contemporizou o petista.
Coube a Antônio Palocci a definição do conselho: "Será o ambiente de negociação permanente
que permita construir com a sociedade consensos mínimos capazes de facilitar as mudanças, as
reformas e as necessidades que o
país tem nos vários planos: social,
democrático e econômico", declarou.
(PLÍNIO FRAGA E XICO SÁ)
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