São Paulo, sexta-feira, 08 de novembro de 2002

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Petista adverte autor do Fome Zero em público

DA REPORTAGEM LOCAL

Após mais de três horas de reunião e 21 discursos (16 convidados e mais cinco petistas falaram), as propostas apresentadas ao presidente eleito foram de apoio à construção de casas de aço a um chamamento para a reunião de 10 milhões de voluntários.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, foi que propôs que Lula apoiasse projeto da entidade de construção de casas de aço a um custo unitário de R$ 7 mil, com prestações de R$ 32 por mês aos mutuários. O bispo de Duque de Caxias (RJ), d. Mauro Morelli, comentou, bem-humoradamente, o projeto: "Lá na baixada (fluminense), seriam úteis devido às balas perdidas".
O presidente da CUT, João Felício, propôs que cada trabalhador doasse o equivalente uma hora trabalhada por mês para o fundo de combate à fome.
O presidente da Bolsa de Mercadorias & Futuros, Manoel Félix Cintra Neto, disse dispor de projeto que permitiria um aporte de R$ 9 bilhões de fundos privados para investimento na agricultura.
O presidente do Conselho de Administração da Sadia, Luiz Fernando Furlan, propôs a formação de um "exército" de 10 milhões de pessoas para o combate à fome. "Não necessariamente doando dinheiro, mas tempo", declarou.
Em respeito a coordenadora nacional da Pastoral da Criança, a médica Zilda Arns, 67, Lula fez uma repreensão pública ao economista José Graziano, que coordena o Fome Zero.
Zilda havia criticado a distribuição de cupons prevista no programa. "Podem levar à corrupção. É melhor dar diretamente o dinheiro às mulheres, que têm uma inteligência difusa maior."
Graziano, em sua fala, reagiu: "Boa parte das criticas que temos recebidos, infelizmente, são das pessoas que não leram e não gostaram do programa", disse, para esclarecer que os cupons serão cartões magnéticos presentes em uma das 26 iniciativas do projeto.
O coordenador foi advertido por Lula mais tarde: "Graziano é uma figura extraordinária, que trabalha comigo há 22 anos, mas tenho que fazer um reparo quando ele diz que só criticam os que não leram e não gostaram", disse. "Muita gente leu e não gostou. Tudo pode ser mudado, aperfeiçoado", contemporizou o petista.
Coube a Antônio Palocci a definição do conselho: "Será o ambiente de negociação permanente que permita construir com a sociedade consensos mínimos capazes de facilitar as mudanças, as reformas e as necessidades que o país tem nos vários planos: social, democrático e econômico", declarou. (PLÍNIO FRAGA E XICO SÁ)


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