São Paulo, sábado, 08 de novembro de 2008

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Tarso diz que PF só cumpre ordens judiciais

GABRIELA GUERREIRO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

O ministro Tarso Genro (Justiça) negou ontem que a Polícia Federal tenha quebrado o sigilo telefônico de jornalistas durante a Operação Satiagraha: "A Polícia Federal não quebra sigilo de ninguém e só cumpre ordem judicial em relação a isso".
Segundo ele, "a PF não faz isso, não tem poderes para fazer isso e seria ilegal e inconstitucional se fizesse", disse, após palestra no Instituto Rio Branco, em Brasília.
Tarso defendeu a atuação da PF ao vasculhar as casas do delegado Protógenes Queiroz: "Isso é cumprimento de uma decisão judicial. Estão ocorrendo hoje no país muitas prisões através de operação da Polícia Federal. Tudo com ordem judicial, legal, escrita, que a autoridade policial cumpre fielmente. Quando se questiona a respeito de uma diligência, tem de se questionar a ordem judicial que está sendo dada".
A Polícia Federal cumpriu na última quarta mandados judiciais de busca e apreensão no apartamento de Protógenes, alugado em Brasília, no quarto de hotel que ele costuma ocupar em São Paulo e no apartamento de seu filho, no Rio. As buscas também tiveram como alvo casas de outros policiais federais que atuaram na Satiagraha.

Inquérito
Questionado sobre o inquérito que investiga a conduta de Protógenes, Tarso disse que tudo caminha normalmente. "Se o delegado Protógenes não tiver nenhuma conta a saldar do ponto de vista legal, ele vai sair inclusive homenageado desse processo. Agora, tem que aguardar o fim do inquérito."
Segundo o ministro, a PF "vai continuar combatendo os delitos e tem um compromisso de combate à corrupção. Ela vai continuar fazendo, não como uma cruzada, mas dentro da lei e da ordem, preservando a integridade das pessoas".
Tarso ressaltou que, desde a Satiagraha, a PF não realiza ações "espetaculares". "Havia exposição dos presos de maneira totalmente indevida, ilegal, contrariando ordens minhas e do diretor [Luiz Fernando] Corrêa. O que está sendo feito agora? Está sendo investigado quem cometeu essa ilegalidade de expor as pessoas, chamando a imprensa. Tem relação de causa e efeito entre as coisas. Temos que encarar isso como fatos que estão dentro da ordem jurídica e que são feitos para proteger direitos", afirmou o ministro.


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