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Tarso diz que PF só cumpre ordens judiciais
GABRIELA GUERREIRO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O ministro Tarso Genro
(Justiça) negou ontem que a
Polícia Federal tenha quebrado o sigilo telefônico de
jornalistas durante a Operação Satiagraha: "A Polícia
Federal não quebra sigilo de
ninguém e só cumpre ordem
judicial em relação a isso".
Segundo ele, "a PF não faz
isso, não tem poderes para
fazer isso e seria ilegal e inconstitucional se fizesse",
disse, após palestra no Instituto Rio Branco, em Brasília.
Tarso defendeu a atuação
da PF ao vasculhar as casas
do delegado Protógenes
Queiroz: "Isso é cumprimento de uma decisão judicial.
Estão ocorrendo hoje no país
muitas prisões através de
operação da Polícia Federal.
Tudo com ordem judicial, legal, escrita, que a autoridade
policial cumpre fielmente.
Quando se questiona a respeito de uma diligência, tem
de se questionar a ordem judicial que está sendo dada".
A Polícia Federal cumpriu
na última quarta mandados
judiciais de busca e apreensão no apartamento de Protógenes, alugado em Brasília,
no quarto de hotel que ele
costuma ocupar em São Paulo e no apartamento de seu
filho, no Rio. As buscas também tiveram como alvo casas
de outros policiais federais
que atuaram na Satiagraha.
Inquérito
Questionado sobre o inquérito que investiga a conduta de Protógenes, Tarso
disse que tudo caminha normalmente. "Se o delegado
Protógenes não tiver nenhuma conta a saldar do ponto
de vista legal, ele vai sair inclusive homenageado desse
processo. Agora, tem que
aguardar o fim do inquérito."
Segundo o ministro, a PF
"vai continuar combatendo
os delitos e tem um compromisso de combate à corrupção. Ela vai continuar fazendo, não como uma cruzada,
mas dentro da lei e da ordem,
preservando a integridade
das pessoas".
Tarso ressaltou que, desde
a Satiagraha, a PF não realiza
ações "espetaculares". "Havia exposição dos presos de
maneira totalmente indevida, ilegal, contrariando ordens minhas e do diretor
[Luiz Fernando] Corrêa. O
que está sendo feito agora?
Está sendo investigado quem
cometeu essa ilegalidade de
expor as pessoas, chamando
a imprensa. Tem relação de
causa e efeito entre as coisas.
Temos que encarar isso como fatos que estão dentro da
ordem jurídica e que são feitos para proteger direitos",
afirmou o ministro.
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