São Paulo, sexta-feira, 08 de dezembro de 2000 |
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CAMPANHA Senador vai ficar na favela até domingo, para recolher subsídios para seu novo livro Suplicy troca casa nos Jardins pela favela de Heliópolis
SANDRA BRASIL DA REPORTAGEM LOCAL Depois de lançar sua pré-candidatura à Presidência e estrear como apresentador de uma peça de teatro, o senador Eduardo Suplicy (PT) mudou-se ontem da rua Grécia, nos Jardins (zona sudoeste) para a rua da Mina, favela de Heliópolis (zona sul). Suplicy, 59, vai morar no novo endereço até domingo. Segundo ele, o objetivo dessa mudança temporária é recolher impressões e elementos para que ele possa concluir seu livro "Em direção a uma renda cidadã". "Sempre segui a recomendação de estar ali pisando onde estão os problemas, porque senão a cabeça pensa só nas outras coisas e não dos problemas. Uma coisa é eu discutir a renda mínima na Fiesp. Outra coisa é discutir um instrumento de política econômica no qual eu muito acredito num lugar como esse." Habitada por cinco pessoas, a casa em que Suplicy está hospedado é um sobrado de alvenaria pequeno, mas aconchegante. Os anfitriões do senador são o agente comunitário José Geraldo de Paula Pinto, 36, e a mulher dele, Solange Agda da Cruz, 34. A renda da família não chega a R$ 1.000, disse Solange. O senador vai ocupar o quarto do casal, que fica no segundo andar. "Nós não estávamos usando o quarto porque a Solange enfrenta uma gravidez de alto risco e está impossibilitada de subir escada", disse Pinto. Também moram na casa as duas filhas adotivas do casal, Gisele, 16, e Priscila,16, e uma irmã de Solange. As adolescentes atuam na peça "Queda para o alto", que é apresentada por Suplicy e será exibida pela segunda vez amanhã, no Teatro Oficina. Suplicy disse que há mais de um ano vem convidando o ministro Pedro Malan para visitar uma favela. Para o senador, Malan e FHC deveriam seguir seu exemplo: "Ele (Malan) certamente terá muito maior sensibilidade para os problemas dos seres humanos que estão enfrentando dificuldades, desemprego e de renda se realizar experiências como essa. Só conversando com banqueiros, investidores e empresários a sua sensibilidade estará sempre muito baixa". O senador disse que a sua mulher e prefeita eleita de São Paulo, Marta Suplicy, "tem o maior respeito pela experiência (de morar na favela)". Ele disse que já avisou a Marta que, em razão da mudança de endereço, não poderá ir buscá-la no aeroporto na manhã de hoje. Marta estava no México. "Só vou voltar para casa na tarde de domingo para almoçar com a família", disse. Texto Anterior: Rumo 2002: Covas apóia Tasso para neutralizar Ciro Próximo Texto: Campanha de Itamar começa em janeiro Índice |
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