São Paulo, sexta-feira, 08 de dezembro de 2000

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PFL pede ação de FHC para barrar candidatura de Aécio na Câmara

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PFL quer a intervenção do presidente Fernando Henrique Cardoso para impedir que ministros atuem a favor da candidatura do líder do PSDB, deputado Aécio Neves, à presidência da Câmara.
Ontem, em reunião da Executiva Nacional do partido, foi discutida até a possibilidade de rompimento com o governo, caso o deputado Inocêncio Oliveira (PE) perca a disputa para o tucano.
O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disse, na reunião, ter manifestado a FHC na terça-feira passada a preocupação do partido com "ações institucionais" a favor de Aécio.
Bornhausen teria dito a FHC que a eleição de Inocêncio é "vital" para o partido e que, se ele fosse derrotado, teria de consultar as bases para ver que rumos o PFL tomaria, admitindo pressões para rever o apoio ao governo.
Como resposta, FHC teria negado intervenção do governo a favor de Aécio Neves e dito que há "recomendação contrária" a qualquer interferência de ministros nas disputas do Congresso.
"O partido gostaria que o presidente entrasse a favor de Inocêncio. Mas ele (FHC) prefere manter distância. Não estamos querendo forçá-lo a nos ajudar em troca de dar ou deixar de dar apoio ao governo. Mas seremos obrigados a fazer uma reflexão profunda dependendo do resultado das eleições das Mesas da Câmara e do Senado", disse o líder do PFL no Senado, Hugo Napoleão (PI).
Na reunião da Executiva, o deputado Pauderney Avelino (PFL-AM), vice-líder do partido, reclamou do confronto provocado pelo presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), com o senador Jader Barbalho (PA), que classificou de "briga pessoal". Provocou a reação do deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA).
Bornhausen interrompeu a discussão, argumentando que no Senado pode haver um acordo na reta final e que as negociações estão a cargo de Hugo. Segundo ele, FHC também acredita em acordo "nas vésperas" da eleição.
Alguns pefelistas acham que FHC deveria apaziguar ACM e Jader, para possibilitar acordo a favor de Inocêncio. Em desabafo, o líder do PFL disse que, para cada voto que consegue, ACM lhe tira dois. Ontem, ACM chamou o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), de "pigmeu que posa de gigante".
Ontem, a senadora Heloísa Helena (PT-AL), líder do Bloco de Oposição, apresentou ontem ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar requerimento pedindo apuração das denúncias trocadas em plenário por ACM e Jader Barbalho. O requerimento pede ""aplicação das medidas disciplinares cabíveis" para punir os dois.

Colaborou a Agência Folha, em Salvador








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