São Paulo, sexta-feira, 08 de dezembro de 2000 |
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JUSTIÇA Procuradoria afirma que vingança motivou crime Três acusados por chacina vão a júri popular no Paraná em 2001 DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA Três acusados de cometer uma chacina em abril deste ano no Paraná irão a júri popular no início de 2001 para serem julgados pelo crime ocorrido em acampamento da Associação dos Produtores para a Reforma Agrária (Apra) em Rio Bonito do Iguaçu. Os acusados são o ex-vereador de Laranjeiras do Sul, Luiz Otávio Paiva (PFL), o fazendeiro Luís Vailat e Rosenir da Luz Borges. O Ministério Público do Paraná denunciou Vailat e Paiva como mandantes da chacina e anexou ao processo provas de que o crime teria sido encomendado a Rosenir Borges por vingança. Vailat e Paiva haviam sido, na época, denunciados por crime de extorsão. Aldenir Almeida de Souza, uma das vítimas, era a principal testemunha de acusação contra os dois. Além de Aldenir, foram mortos a tiros e depois degolados no acampamento sua mulher, Noemi Marconssoni, 24, e os filhos do casal, Roni, 3, e Paulo Antônio, 5. Paiva e Vailat foram denunciados como mandantes e Borges como o executor. Os três estão presos. O advogado José de Paula Xavier, designado pela Justiça para defender Borges, disse acreditar que ""ele não cometeu sozinho o crime". Os advogados Juarez José da Silva, que defende Paiva, e Almir Machado de Oliveira, que defende Vailat, estão usando a tese de negativa de autoria para descaracterizar as denúncias contra seus clientes. Segundo eles, não existem provas concretas que justifiquem a denúncia dos dois como mandantes do crime. O Ministério Público do Paraná informou que nenhum dos acusados, ou a vítima, mantinham qualquer ligação com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Em artigo publicado no último dia 28 de novembro, na Folha, o governador do Paraná, Jaime Lerner (PFL), apontou integrantes do MST no Paraná como responsáveis pela chacina. No artigo, Lerner diz que ""militantes do MST foram detidos e são apontados como os principais suspeitos". A promotora pública de Laranjeiras do Sul, Fernanda Garcez, 28, disse ""estranhar" o artigo do governador. Segundo ela, o MST nunca foi relacionado, pelo Ministério Público, ao crime. O delegado Ítalo Biancardi, que presidiu o inquérito, também negou qualquer envolvimento do MST. A assessoria de imprensa de Lerner informou que as bases para citar militantes do MST como suspeitos da chacina, no artigo publicado na Folha, foram o inquérito policial e uma reportagem do jornal ""Gazeta do Povo". A assessoria de Lerner encaminhou cópias da reportagem e um extrato do inquérito policial 051/ 2000 à Agência Folha. Tanto na reportagem do jornal como no inquérito não existe menção ao MST. Segundo a assessoria, o que foi enviado foi apenas um extrato e que no inquérito há a relação. Texto Anterior: Programa de cesta básica vai mudar, afirma ministro Próximo Texto: Sudam: Auditoria aponta fraudes "em alto grau" Índice |
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