São Paulo, quarta-feira, 08 de dezembro de 2004

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PAINEL

Garantia mínima
Antes de bater o martelo na antecipação do reajuste do salário mínimo para janeiro, Lula quer acertar os ponteiros com as centrais sindicais e o Congresso, para assegurar-se de que não sofrerá nova demanda em maio.

Síndrome de Darlene
Lula, que há dias estudava reservadamente as opções de aumento do mínimo sugeridas pela Comissão de Orçamento, foi atropelado por Paulo Paim. Tão logo soube da proposta de reajuste em janeiro, o petista correu aos microfones para faturar com seu assunto favorito.

Sem chance 1
Atada aos cálculos do Ministério da Fazenda sobre o impacto do reajuste do mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda ficará abaixo dos 17% sugeridos pelas centrais sindicais.

Sem chance 2
O governo descartou de vez a criação da alíquota de 35% para o IR. Para se fazer sentir na arrecadação, ela teria de atingir em cheio a classe média.

Aviso dado
Ameaça dos governistas do PMDB ao presidente da sigla, Michel Temer: se insistir na convenção de domingo, a maioria dos deputados e senadores vai faltar. Caberá a ele então resolver o problema do que fazer com o resultado do evento.

Meio caminho
Obter a maioria congressual do PMDB será suficiente para solucionar as dificuldades imediatas do governo federal. Mas não para amarrar o cobiçado tempo de televisão da sigla à recandidatura de Lula.

Papai Noel
Após renhida disputa entre seis interessados e 13 lances, o Rolex que José Dirceu ganhou de presente e doou ao Fome Zero foi arrematado em leilão. Por R$ 10 mil, para um lance inicial de R$ 8 mil. O relógio teria custado R$ 12 mil.

Velhos tempos
O PT abre nova temporada de conflitos internos por conta de filiados que tomarão parte em administrações de outros partidos. Em Campinas, Gerson Bittencourt assumirá a pasta dos Transportes no secretariado de Dr. Hélio (PDT) contra a vontade da Executiva Municipal.

Padrinho de peso
Bittencourt é o braço direito de Jilmar Tatto na Secretaria de Transportes de São Paulo e esteve à frente da pasta no período eleitoral. O PT campineiro quer convocá-lo para que dê explicações, já que o partido decidiu ficar fora do governo do PDT.

Caminho livre
Aprovado em primeiro turno o Orçamento da prefeitura, a Câmara paulistana abre alas para reduzir o ISS de empresas do setor financeiro, assunto do apreço de vereadores que ajudaram o PT a desidratar a margem de remanejamento de verbas de Serra na peça para 2005.

Cesta cheia
O PFL está perto de ficar com o comando da Secretaria da Habitação, incluindo a Cohab, na futura administração paulistana. O partido do vice eleito, Gilberto Kassab, pode levar ainda a Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), que deverá ser incorporada à pasta.

Agrado
Relator do Orçamento-2005 do governo paulista, Roberto Engler peneirou as cerca de 7.000 emendas dos deputados estaduais. Vai sugerir a Geraldo Alckmin a incorporação de aproximadamente 10% delas à peça que será votada neste mês.

Visita à Folha
Cesar Maia, prefeito do Rio de Janeiro, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Ágata Messina, secretária de Comunicação Social.

TIROTEIO

Do deputado federal Jader Barbalho (PA), sobre a convenção do PMDB que decidirá se o partido entrega seus cargos no governo Lula e adota postura "independente":
-Para entregar cargos, você tem de se declarar oposição ao governo. Independência fica entre o farisaísmo e o ridículo. Independência para quê? Para votar com o governo?

CONTRAPONTO

Desculpem a nossa falha

No Encontro Fé e Política, realizado em Londrina (PR) no último fim de semana, o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) falava empolgado sobre as famílias atendidas pelo programa Fome Zero.
O discurso era um contraponto ao ambiente negativo para o governo no evento, sobretudo depois de João Pedro Stédile, líder do MST, ter falado às cerca de 4.000 pessoas que lotavam o ginásio de esportes Moringão.
Quando vieram vaias da platéia, Patrus não deixou barato:
-É a intolerância dos que não sabem ouvir, a estreiteza dos que não aceitam a democracia, que davam assim razão a Stálin!
Ele seguia com suas admoestações quando foi informado de que as vaias eram para o sistema de som, que apresentava falhas.
-Desculpem, achei que era protesto, entendi até que me chamaram de pelego-, corrigiu o ministro, sob aplausos.


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