São Paulo, quarta-feira, 08 de dezembro de 2004

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PESQUISA

Aprovação do presidente era de 55% em setembro, aponta Ibope Avaliação de

Lula chega a 62% e é a maior do ano

LUIS RENATO STRAUSS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu de 55% para 62% entre setembro e novembro, diz pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem. A desaprovação foi de 36% para 30%. É a melhor avaliação de Lula no ano, mas perde para o índice de dezembro de 2003: 66% de aprovação, contra 25% de desaprovação.
A pesquisa foi feita entre 24 e 29 de novembro. Foram ouvidas 2.002 pessoas, maiores de 16 anos, em 140 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa foi encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), realizada pelo Ibope e analisada pela MCI Estratégia.
Outro fator positivo foi o aumento da confiança em Lula. A parcela dos que declararam confiar nele foi de 58% para 63% -o índice dos que não confiam oscilou de 37% para 33%.
Segundo Armando Monteiro Neto, presidente da CNI, o crescimento da economia favoreceu a imagem do presidente. "Não está contabilizada na pesquisa a expectativa de aumento maior do PIB [Produto Interno Bruto], de 5%. Isso poderia contribuir ainda mais para a aprovação", disse.
Monteiro Neto, porém, destaca que o carisma de Lula é um dos pontos principais para seu melhor desempenho, pois, sem enfocar a ação direta do presidente, a avaliação do governo ficou na margem de erro. O índice dos que acham o governo ótimo ou bom oscilou de 38% para 41%, o ruim ou péssimo, de 19% para 16%, e o regular, de 40% para 41%.
Para Amaury Teixeira, da MCI, a população está preocupada com o que pode acontecer nos próximos seis meses. "A pessoas avaliam bem o trabalho do governo, mas se mostram cautelosas com relação ao futuro."
A pesquisa consultou a expectativa dos entrevistados para os próximos seis meses em relação ao desemprego (vai aumentar 43%, vai diminuir, 30%, e não vai mudar, 23%), à renda geral (25%, 23% e 47%, respectivamente) e à renda pessoal (29%, 15% e 50%, respectivamente). Os índices permanecem quase inalterados.
A única avaliação com mudança significativa foi sobre a inflação: agora, 52% crêem que vai aumentar, contra 47% em setembro.

Voto
Foi avaliada ainda a intenção de voto para as eleições de 2006. Em três listas propostas, só houve mudança em relação aos candidatos do PSDB -José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves. Os demais são: Lula (PT), Anthony Garotinho (PMDB), Cesar Maia (PFL) e Heloisa Helena (PSOL).
Só no cenário que inclui Serra teria segundo turno. O tucano ficaria com 33% dos votos, ante 42% de Lula. Para Monteiro Neto, Serra se beneficia do "rescaldo das eleições presidenciais de 2002" e da recente eleição a prefeito.
"Primeiro, queria reiterar que não vamos colaborar ainda mais para antecipar o processo eleitoral. Segundo, pesquisa há dois anos das eleições reflete o jogo passado. É o Brasileirão de 2002", disse Alckmin sobre a pesquisa, que o colocou em segundo lugar, com 15%, contra 47% de Lula.
O presidente do PT, José Genoino, disse que a pesquisa mostra que o partido tem de "apoiar o rumo que está rendendo resultado", num recado aos que criticam a atual política econômica.


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