São Paulo, quarta-feira, 08 de dezembro de 2004

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PALAVRA DE PRESIDENTE

Presidente reforça autoridade de vice à frente da Defesa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um mês após o embaixador José Viegas ter deixado o Ministério da Defesa por causa de atritos com o comando do Exército, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem a integrantes das Forças Armadas que o vice-presidente e agora ministro José Alencar não vai abrir mão, "um milímetro", de sua autoridade à frente da pasta. Segundo o presidente, o ministério não foi criado somente "para inglês ver".
"Eu tenho certeza de que o nosso ministro da Defesa terá uma relação exemplar com vocês, sem abrir mão, um milímetro, da sua autoridade", afirmou o presidente, durante evento de apresentação de oficiais promovidos das Forças Armadas. Participaram, além de Alencar, os comandantes da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos da Silva Bueno, da Marinha, almirante Roberto de Guimarães Carvalho, e do Exército, general Francisco Roberto de Albuquerque.
No final de outubro, após o Exército ter publicado nota na qual justificava as ações repressivas da ditadura militar (1964-1985), Viegas pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a demissão de Albuquerque. Lula, porém, deu o caso como encerrado após a Força ter publicado nota de retratação sobre o tema. Viegas, então, pediu demissão do cargo.
Ontem, assim como fizera na posse de Alencar no Ministério da Defesa, no mês passado, Lula voltou a dizer que sua administração buscar unir os militares e a sociedade civil. Afirmou, mais uma vez, que ambos devem atuar "irmanados".
A seguir, declarou que a pasta, criada em 1999 pelo governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), não é "para inglês ver". "Se em algum momento da história alguém pensou em criar o Ministério da Defesa apenas para inglês ver, a entrada do José Alencar no Ministério é para dizer: o Ministério da Defesa é para valer e é, definitivamente, na história do nosso país, o símbolo da integração de uma sociedade composta por religiosos e não-religiosos, por homens e mulheres, por negros e brancos, por militares e por gente da sociedade civil, mas todos, acima de tudo, são brasileiros", afirmou Lula.
O presidente aproveitou o trecho improvisado de seu discurso para falar dos "passos" de seu governo. "Ainda falta muito para alcançarmos definitivamente os nossos objetivos. Não é uma tarefa fácil nem uma tarefa que iremos conseguir em pouco tempo. É um trabalho incansável, um trabalho o qual temos que mostrar perseverança, um trabalho o qual temos que mostrar, todo santo dia, que estamos acreditando naquilo que estamos fazendo", disse. (ES E JD)

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