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PALAVRA DE PRESIDENTE
Presidente reforça
autoridade de vice
à frente da Defesa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um mês após o embaixador
José Viegas ter deixado o Ministério da Defesa por causa de
atritos com o comando do
Exército, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem a
integrantes das Forças Armadas
que o vice-presidente e agora
ministro José Alencar não vai
abrir mão, "um milímetro", de
sua autoridade à frente da pasta.
Segundo o presidente, o ministério não foi criado somente
"para inglês ver".
"Eu tenho certeza de que o
nosso ministro da Defesa terá
uma relação exemplar com vocês, sem abrir mão, um milímetro, da sua autoridade", afirmou o presidente, durante
evento de apresentação de oficiais promovidos das Forças
Armadas. Participaram, além
de Alencar, os comandantes da
Aeronáutica, brigadeiro Luiz
Carlos da Silva Bueno, da Marinha, almirante Roberto de Guimarães Carvalho, e do Exército,
general Francisco Roberto de
Albuquerque.
No final de outubro, após o
Exército ter publicado nota na
qual justificava as ações repressivas da ditadura militar (1964-1985), Viegas pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a
demissão de Albuquerque. Lula, porém, deu o caso como encerrado após a Força ter publicado nota de retratação sobre o
tema. Viegas, então, pediu demissão do cargo.
Ontem, assim como fizera na
posse de Alencar no Ministério
da Defesa, no mês passado, Lula
voltou a dizer que sua administração buscar unir os militares e
a sociedade civil. Afirmou, mais
uma vez, que ambos devem
atuar "irmanados".
A seguir, declarou que a pasta,
criada em 1999 pelo governo
Fernando Henrique Cardoso
(1995-2002), não é "para inglês
ver". "Se em algum momento
da história alguém pensou em
criar o Ministério da Defesa
apenas para inglês ver, a entrada do José Alencar no Ministério é para dizer: o Ministério da
Defesa é para valer e é, definitivamente, na história do nosso
país, o símbolo da integração de
uma sociedade composta por
religiosos e não-religiosos, por
homens e mulheres, por negros
e brancos, por militares e por
gente da sociedade civil, mas todos, acima de tudo, são brasileiros", afirmou Lula.
O presidente aproveitou o trecho improvisado de seu discurso para falar dos "passos" de seu
governo. "Ainda falta muito para alcançarmos definitivamente
os nossos objetivos. Não é uma
tarefa fácil nem uma tarefa que
iremos conseguir em pouco
tempo. É um trabalho incansável, um trabalho o qual temos
que mostrar perseverança, um
trabalho o qual temos que mostrar, todo santo dia, que estamos acreditando naquilo que
estamos fazendo", disse.
(ES E JD)
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