São Paulo, quarta-feira, 08 de dezembro de 2004

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REVOLTA NA BASE

Reunião de hoje tem o objetivo de discutir a pauta de convenção

PMDB governista convoca Executiva

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de declarações desencontradas, a ala governista do PMDB decidiu ontem convocar uma reunião da Comissão Executiva Nacional da sigla para hoje, às 11h, com o objetivo de "debater e deliberar" sobre "a pauta da convenção nacional extraordinária prevista para 12 de dezembro, incluindo o seu adiamento".
Antes, a informação era que a reunião da Executiva seria realizada amanhã, por falta de apoio.
Assinam a convocação da reunião de hoje 7 dos 16 integrantes da Executiva Nacional: Maguito Vilela (primeiro vice-presidente), Henrique Eduardo Alves (segundo secretário), Mônica Oliveira (tesoureira), Jader Barbalho (vogal), Ney Suassuna (vogal), Renan Calheiros (líder no Senado) e José Borba (líder na Câmara).
"Só chamaríamos uma reunião se tivéssemos maioria dentro da Executiva", diz Renan Calheiros (CE), defensor da permanência da sigla na administração Lula. Os governistas dizem ter de nove a dez dos 16 votos. Os oposicionistas calculam ter oito votos.
A convenção marcada para domingo tem na sua pauta a entrega dos cargos que os peemedebistas têm no governo federal. Além dos ministérios das Comunicações e da Previdência, há mais de cem empregos em órgãos federais espalhados pelo país que são ocupados por apadrinhados de parte dos 76 deputados e dos 22 senadores da legenda.
Numa ação articulada com o Planalto, o senador Maguito Vilela (GO) foi ontem a um almoço com parte da direção do PMDB e fez uma proposta que soou como uma ameaça: que todos os deputados e senadores solicitassem a seus indicados nos Estados que pedissem demissão nesta semana. Assim, ficaria desnecessária a convenção do dia 12.
"Devo dizer que é uma proposta aceitável. Se todos entregarem os cargos, não é preciso fazer a convenção", disse, fazendo um pouco de ironia, o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), um dos principais defensores da saída do PMDB do governo.

PPS
A bancada de deputados federais do PPS decidiu ontem por 15 votos a 2 aprovar um texto em que defende a permanência da sigla na base de sustentação do governo. O Diretório Nacional do partido se reúne sábado, no Rio de Janeiro, para decidir se continua ou não o apoio ao governo.
O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), é o líder da ala que defende o rompimento com o Planalto. O PPS tem 22 deputados e dois senadores.
O texto dos deputados vai contra o que foi anunciado pelo Diretório Municipal de São Paulo da sigla, que recomendou o "imediato afastamento dos nossos parlamentares e filiados" da base aliada do governo. A divisão paulistana do PPS decidiu anteontem à noite punir 25 integrantes do partido por terem descumprido a decisão da sigla de apoiar o candidato José Serra na disputa pela Prefeitura de São Paulo.


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