São Paulo, Domingo, 09 de Janeiro de 2000


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PAINEL

Momento-chave
FHC reuniu ministros e assessores palacianos na sexta para traçar a estratégia legislativa deste começo de ano. Pretende encerrar a fase das reformas constitucionais até abril e quer votar até essa data projetos que julga essenciais para cumprir os três anos restantes de mandato.

Moral da tropa
A idéia do presidente, com reuniões como as de anteontem, é criar uma união maior no grupo de articulação política. Avalia que ACM tentará evitar que o governo fique menos dependente da base aliada no Congresso e pretende passar um rolo compressor nos assuntos que considera vitais.

A hora do troco
FHC nunca esteve tão disposta a enfraquecer ACM. Precisa fazê-lo com jeito, pois o senador pefelista é audaz e sabe das intenções presidenciais. Daí, reunir a articulação política e lançar pontes com o PMDB e setores do PFL (leia-se o senador Jorge Bornhausen e o deputado Inocêncio Oliveira).

PT inocente útil
Um ministro avalia que está praticamente assegurada a vitória contra ACM no projeto que limita a edição de medidas provisórias. ""Ele falou para a oposição na abertura da convocação extraordinária. O PFL, partido dele, está disposto a negociar". O cacique pefelista quer votar o projeto, sem modificações, na convocação extraordinária.

Os três mosqueteiros
FHC avalia que a dupla Pedro Parente (Casa Civil) e Aloysio Nunes (Secretaria Geral) é melhor que a antiga (Clóvis Carvalho-Eduardo Jorge). O presidente também diminuiu a resistência de Pimenta (Comunicações) ao PMDB e aproximou o ministro de Parente e Aloysio.

O que diz FHC
O tucano Arnaldo Madeira, líder do governo na Câmara, não tem o mesmo acesso a FHC que Parente, Aloysio e Pimenta. Mas é o melhor termômetro do plenário na Câmara, junto com os líderes Geddel Lima (PMDB) e Inocêncio Oliveira (PFL).

Final próximo
Logo após o dia 25, a Advocacia Geral da União encaminha para FHC seu parecer sobre a multa de R$ 1,3 bilhão aplicada pela Receita na Embratel, em março do ano passado. A tendência da AGU é concluir que a multa é, de fato, procedente.

Coincidências
A Previdência está concluindo a compensação financeira entre os regimes previdenciários da União, dos Estados e dos municípios. O primeiro Estado a receber deverá ser a Bahia, terra do ministro Waldeck Ornélas. A primeira cidade será Caxias do Sul, no RS, onde nasceu o secretário-executivo do ministério, José Cechin.

Agenda orçamentária
A Comissão de Orçamento começa a votar os relatórios parciais do Orçamento 2000 na terça-feira. O governo acredita que essa etapa dure pelo menos três semanas, mas não sabe quando acontecerão as votações do relatório final na comissão e no plenário do Congresso.

Terra, água e ar
Alberto Goldman (PSDB-SP) quer incluir o setor aéreo na Agência Nacional de Transportes. O deputado pretende desvincular o setor do Ministério da Defesa e apresentar uma emenda ao projeto que cria a ANT, englobando a aviação civil. O Ministério dos Transportes vai apoiar essa iniciativa.

Novos desafetos
Ex-presidente da Força Sindical e eterno aliado do Palácio do Planalto, o deputado Luiz Antônio de Medeiros (PFL-SP) não aceita a reforma na legislação trabalhista proposta pelo governo. Ele também está batendo de frente com a direção da entidade que presidiu.

Redução no superávit
O Ministério do Planejamento calcula que o superávit primário das estatais federais cairá de 0,4% do PIB (1999) para 0,2% (2000). Explicação: com o andamento das privatizações, as estatais colaboram cada vez menos com o ajuste fiscal.

E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO

De ACM, sobre o futuro de sua relação com FHC e de seus bate-bocas com o presidente:
- Será assim em 2000: eu manterei as minhas opiniões, e ele manterá as dele. Além disso, ele não lê as minhas entrevistas. E eu não leio as dele.

CONTRAPONTO

Vida de rico é chata

Ao deixar a residência oficial da Gávea Pequena, na noite do réveillon, FHC decidiu que iria para o Forte de Copacabana de helicóptero. Mas a aeronave teve de ser descartada, por causa do mau tempo, e o presidente foi para o forte de carro, devidamente escoltado por batedores com motocicletas.
Os turistas que estavam próximos do forte não conseguiram chegar perto do carro de FHC e se contentaram em vaiá-lo.
Por volta das 2h do dia 1º de janeiro, o tempo melhorou e FHC conseguiu sair do forte de helicóptero. Sem batedores, os veículos do comboio presidencial deixaram o local e foram surpreendidos por turistas contrariados. Eles quebraram retrovisores e pára-choques dos carros, que também foram arranhados por cadeiras jogadas contra eles.
Os seguranças de FHC tiveram de retirar os adesivos de ""trânsito livre" da Presidência da República para evitar novos incidentes. Enquanto isso, FHC sobrevoava tranquilamente a zona sul do Rio.


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