São Paulo, sexta-feira, 09 de janeiro de 2004

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PAINEL

Chorou, levou
O PT avalia que a pressão sobre o governo deu resultado. Ontem, o partido dava como certo que perderá apenas um ministro na reforma, e não dois como inicialmente previsto. Benedita da Silva (Assistência Social) voltou a ser a vítima da vez.

Plantão médico
Um ministeriável compara José Dirceu e José Genoino a enfermeiros. Estão preparando os doentes. Em breve, Lula entrará em cena para fazer a cirurgia.

Vista grossa
O Planalto já indicou a Miro Teixeira que poderá entregar-lhe a liderança do governo no Congresso mesmo se o ex-pedetista permanecer, ao menos por enquanto, sem partido.

Faça você mesmo
A cúpula do PSB avisou anteontem a Roberto Amaral que não há chance de sua permanência na Ciência e Tecnologia. Inconformado, o ministro pediu uma nota em sua defesa. Pedido negado, ele colocou no site da pasta a "notícia" de que havia recebido o apoio do partido.

De longa data 1
Não teve início na gestão Lula o curto-circuito entre o governo e Luiz Guilherme Schymura, agora destituído do comando da Anatel. Indicado pelo ex-presidente do BC Armínio Fraga, ele esteve longe de ser unanimidade na administração FHC, que chegou a pensar em substituí-lo.

De longa data 2
Agora unidos na crítica ao governo Lula por ter se intrometido na Anatel, os tucanos, quando no poder, tiveram sérias divergências sobre a tese da irremovibilidade dos presidentes das agências reguladoras.

Muito cedo
Humberto Costa nega temer que o apoio de Eduardo Campos (PSB) à sua candidatura em PE afete aliança com Jarbas Vasconcelos (PMDB): "Discutir 2006 agora é um desserviço".

Fim do elástico
Na esteira de ato de Geraldo Alckmin, o presidente da Assembléia paulista, Sidney Beraldo, fixou em R$ 11.885,40 o teto da remuneração dos deputados. Eles não poderão mais engordar os salários com horas extras, expediente que lhes permite elevar seus vencimentos até R$ 17 mil.

Cadastro único 1
Ainda no primeiro semestre, a administração Alckmin unificará o cadastro social do Estado de São Paulo. A idéia, semelhante à do governo federal, é ter uma lista dos bolsões de pobreza para direcionar os programas de distribuição de renda e assistência.

Cadastro único 2
O projeto do governo paulista começará nos 67 municípios com índices de desenvolvimento mais baixos. Quem recebe recursos federais terá benefícios complementares, mas a verba estadual será dada prioritariamente a quem nada ganha.

Cortar pela raiz
Os protestos em Roraima levaram o governo a antecipar a homologação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol. A avaliação é de que, se a aprovação federal não for concluída agora, os agricultores que comandam os atos ganharão força política.

Em último caso
O governo federal não descarta de todo a possibilidade de intervir em Roraima após a homologação da reserva indígena, caso os conflitos continuem. Há em Brasília a avaliação de que o governador Flamarion Portela esteja por trás da mobilização.

Senso prático
Apesar de contrário ao fichamento de americanos, por considerar a medida prejudicial ao turismo, Carlos Wilson (Infraero) prometeu ao Ministério da Justiça que em dez dias instalará nos principais aeroportos equipamentos de identificação de passageiros iguais aos dos EUA.

TIROTEIO

Do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), sobre a novela da entrada de seu partido no ministério de Lula:
-Já que Lula está com dificuldade de demitir seus companheiros petistas para acomodar o PMDB, tenho uma solução: desmembrar o Ministério da Defesa, destinando a um peemedebista o Ministério do Ar.

CONTRAPONTO

Apelo ecumênico

No final de 2003, a Assembléia Legislativa de Sergipe aprovou projeto que autoriza a criação de novas varas da Justiça no Estado. Durante a tramitação, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Manoel Paschoal, procurou os líderes das bancadas em busca de apoio.
Ouviu do líder do governo, Venâncio Fonseca (PP), a avaliação de que o excesso de emendas apresentadas retardava a aprovação. Paschoal passou a telefonar aos autores para que retirassem as emendas. Começou pelo Pastor Antônio (PST):
-Alô, deputado. Aqui quem fala é o Paschoal.
Desconhecendo o interlocutor, o deputado perguntou:
-O senhor é de qual igreja?
Católico, o desembargador apelou ao ecumenismo:
-Sou presidente do TJ. Não sou evangélico, mas somos todos cristãos. Por favor, ajude a aprovar o projeto do Judiciário!


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