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ELEIÇÕES 2006/PRESSÃO NO CAMPO
Cerca de 500 integrantes do movimento, ligados ao líder José Rainha, invadem oito propriedades na região em protesto contra Alckmin
MST faz maior ofensiva desde 2003 no Pontal
CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE (SP)
Na maior ofensiva dos últimos
três anos no Pontal do Paranapanema, cerca de 500 integrantes do
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram oito fazendas em cinco cidades nesse final de semana.
As ações foram articuladas pelo
coordenador José Rainha Jr., que
evitou comparecer nas áreas temendo represálias da Justiça. Beneficiado por um habeas corpus
do STJ (Superior Tribunal de Justiça) concedido há pouco mais de
um mês, Rainha responde em liberdade uma condenação de dez
anos de prisão por furto qualificado e incêndio criminoso durante
uma invasão ocorrida em 2000.
A "jornada de luta", como batizou o movimento, foi liderada por
aliados de Rainha. Ele rompeu
com parte da direção regional da
organização, mas segue comandando a maior parte dos acampamentos do Pontal.
De acordo com o coordenador
Vaguimar Nunes, a série de invasões, iniciada no sábado, é um
protesto pelo não cumprimento
da promessa do governador de
São Paulo, Geraldo Alckmin
(PSDB), pré-candidato à Presidência, feita em 2003, de assentar
1,4 mil famílias na região.
"O governo do Estado está fazendo pouco caso da reforma
agrária. Enquanto gasta mais de
R$ 10 milhões para reformar presídios destruídos por rebeliões a
gente fica jogado na beira da estrada", afirmou.
Todas as fazendas invadidas
pertencem a uma área denominada pelo MST de microrregião 3,
cuja responsabilidade é de José
Rainha. Somente no município
de Mirante do Paranapanema, local sob forte influência do coordenador, foram quatro fazendas invadidas: São Francisco, Bonanza,
Morumbi e São Luiz.
As demais áreas são em Teodoro Sampaio, Caiuá, Presidente
Venceslau e Santo Anastácio.
De acordo com as polícias das
cidades onde aconteceram as
ações, não houve incidentes graves ou reação dos fazendeiros.
Três proprietários ouvidos ontem pela reportagem afirmaram
que vão pedir a reintegração de
posse hoje. Dois deles, Daniel Luizari Neto (dono da fazenda Santa
Luzia) e Carlos Arthur Platzeck
(fazenda São Luiz), disseram que
as áreas têm interdito proibitório,
benefício concedido pela Justiça
para impedir novas invasões.
A reportagem procurou ontem
o diretor executivo do Itesp (Instituto de Terras do Estado de São
Paulo), Jonas Villas Boas, mas seu
celular estava na caixa postal.
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