São Paulo, segunda-feira, 09 de janeiro de 2006

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Vice foi causa de racha entre tucanos em 2002

DA REPORTAGEM LOCAL

Advogado que iniciou sua carreira política na Arena, partido responsável pela sustentação política do regime militar (1964-1985), o vice-governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), foi motivo de racha entre tucanos ao ser escolhido para ser o número dois na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) nas eleições de 2002.
Na convenção tucana daquele ano, dirigentes ligados ao governador Mário Covas, que morreu em 2001, foram resistentes a dar a vaga de vice ao pefelista.
"Lembo representa o regime militar, que tantos tucanos lutaram para combater", chegou a dizer, na época, Jaime Pereira, dirigente zonal do PSDB paulistano. Geraldo Alckmin, principal entusiasta da coligação PSDB-PFL, defendeu a indicação de Lembo para o cargo. "O tempo de ditadura já acabou", respondeu.
Apesar da resistência inicial de parte dos tucanos, Lembo se tornou, com o aval do governador Geraldo Alckmin, um homem de confiança dentro do governo paulista.

Secretariado
Atualmente, no secretariado do governador tucano, a cota pefelista se resume a duas pastas: Juventude e Justiça.
Esse número que deve ser ampliado caso Lembo assuma o Estado com a eventual saída de Alckmin para disputar a sucessão presidencial.
Ex-advogado do banco Itaú, Cláudio Lembo nunca teve expressão eleitoral relevante. Mas participou ativamente da política paulistana nos últimos anos. Foi secretário municipal de Negócios Jurídicos na administração Jânio Quadros, entre 1986 e 1988.
Neste período, chegou a assumir interinamente a prefeitura diversas vezes. Ainda em 1988, o hoje vice-governador disputou uma vaga ao Senado, mas acabou derrotado.
Em 1989, nas primeiras eleições presidenciais após o regime militar, Lembo lançou-se candidato a vice-presidente da República, compondo a chapa com o presidenciável pefelista Aureliano Chaves.
As incursões do vice-governador na política paulistana continuaram em 1993, quando assumiu a pasta de Planejamento da gestão Paulo Maluf (1993-1996).
Ficou poucos meses no primeiro escalão malufista, mas manteve sua influência política, indicando aliados para postos-chave da prefeitura, inclusive durante a gestão do ex-prefeito Celso Pitta (1997-2000).
Um dos padrinhos políticos do vice-governador é o ex-presidente da República e senador Marco Maciel (PFL-PE), de quem Lembo foi chefe-de-gabinete no Ministério da Educação, em 1985.
Antes de ser indicado como o vice de Geraldo Alckmin nas eleições de 2002, o pefelista ocupou cargos de direção na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, inclusive o de reitor.


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