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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/HORA DAS CASSAÇÕES
Intenção é pressionar relatores e votar em série casos mais adiantados até fim da convocação extraordinária, que expira em 15 de fevereiro
Conselho de Ética tenta acelerar votações
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após semanas de Congresso esvaziado, o Conselho de Ética da
Câmara vai tentar acelerar o desfecho de ao menos seis dos 11 processos de cassação de mandato
dos deputados supostamente envolvidos no escândalo do "mensalão" durante o período de convocação extraordinária -que expira em 15 de fevereiro.
Os trabalhos do conselho, que
foi duramente criticado por ter
saído de férias em meio à convocação, recomeçarão hoje, com
reunião agendada pelo presidente
do conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), com os 11 relatores dos processos de cassação no conselho.
A intenção de Izar é pressionar
os relatores e fazer uma triagem
dos casos que estão mais adiantados para colocá-los em votação
em série até o final do período de
convocação. Após a apresentação
de cada parecer, há prazo de cinco
sessões para votá-los. Além disso,
qualquer integrante do conselho
pode pedir vista do processo em
seguida, o que retardaria a votação em mais duas semanas.
Segundo Izar, quatro casos serão concluídos nos próximos
dias: Pedro Corrêa (PP-PE), Roberto Brant (PFL-MG), Wanderval Santos (PL-SP) e Professor
Luizinho (PT-SP).
A agenda do conselho prevê
cerca de seis depoimentos de testemunhas ao longo da semana,
terminando com a apresentação
do parecer do deputado Carlos
Sampaio (PSDB-SP), relator do
pedido de cassação de Pedro Corrêa, na quinta-feira.
"Vamos encerrar tudo rápido e
fazer uma surpresa nesta convocação extraordinária", declarou
Izar, que também agendou um
encontro com o relator da CPI
dos Correios, Osmar Serraglio
(PMDB-PR). O peemedebista
causou polêmica ao dizer que está
convencido da existência de um
acordo para livrar os deputados.
Na outra ponta do eixo de investigações, a CPI dos Correios tenta
retomar o fôlego, com 11 depoimentos agendados para esta semana -outros 22 estão marcados até o dia 19.
Depoimentos
Os principais depoimentos da
CPI estarão centralizados na sub-relatoria de fundos de pensão, comandada pelo deputado ACM
Neto (PFL- BA). Na quinta-feira,
a comissão ouvirá dois diretores
financeiros da Prece Previdência
Complementar (fundo dos funcionários da Cedae, companhia
estadual de saneamento do Rio),
Magda das Chagas Pereira e Pedro Evandro Ferreira.
A Prece integra a lista dos 14
fundos de pensão que estão sendo
investigados por suspeitas de desvio de recursos com finalidade
política. De acordo com um relatório elaborado por ACM Neto, a
Prece foi o fundo que teve a maior
perda, de R$ 309 milhões. O fundo contesta os dados.
A CPI ainda ouvirá, amanhã, o
presidente do Coaf (Conselho de
Controle de Atividades Financeiras), Antônio Gustavo Rodrigues,
convocado para falar sobre movimentações da agência SMPB, do
empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como
o operador do "mensalão".
Para a próxima semana, está
prevista a apresentação do relatório preliminar do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) sobre o
caso que envolve a prorrogação
do contrato da Caixa Econômica
Federal com a GTech, multinacional que gerencia as loterias federais. A CPI vai listar os indícios de
pagamento de propina na negociação.
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