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AVIAÇÃO
Aeronaves deverão ser repassadas ao governo para quitar dívida da Rio Sul
Força Aérea espera 22 novos aviões
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar do contingenciamento
(bloqueio) de R$ 6 bilhões do Orçamento da União, o governo deverá ganhar 22 novos aviões de
passageiros neste ano (15 C-145 e
7 modelos Brasília). Eles deverão
ser repassados à FAB (Força Aérea Brasileira) pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico e Social).
A informação é do ministro da
Defesa, José Viegas, que participou na semana passada de reunião com o chefe da Casa Civil, José Dirceu, e com o presidente do
BNDES, Carlos Lessa, para discutir a complexa operação financeira de transferência dos aviões.
Essa operação não depende de
recursos do Orçamento. Os
aviões haviam sido comprados da
Embraer pela Rio Sul, mas a companhia foi incorporada pela Varig, que não quitou a dívida. A
idéia é o BNDES reavê-los e repassá-los à FAB. O valor do C-145 em
2001 era de R$ 18 milhões.
Segundo o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos
Bueno, o objetivo é empregar os
novos aviões no transporte de
equipes de dois programas: o Projeto Rondon (pelo qual estudantes universitários prestam serviços às comunidades) e o CAN
(Correio Aéreo Nacional).
O contingenciamento foi anunciado pelo governo na sexta-feira,
enquanto Viegas e os três comandantes militares (Exército, Marinha e Aeronáutica) participavam
da comemoração dos 20 anos da
base brasileira na Antártica.
"É impossível ficar alegre com
um contingenciamento, mas dias
melhores virão", acrescentou ele
no sábado, durante o vôo de volta
ao Brasil no Sucatão, o Boeing 737
da Varig usado para viagens internacionais do presidente da República e que será substituído por
um Airbus no final deste ano.
O ministro não quis falar sobre
a possibilidade de o contingenciamento atingir a compra do novo
avião: "A Aeronáutica fez os estudos técnicos, mas a decisão é do
presidente e do Planejamento".
Ainda segundo ele, o contingenciamento não atingirá o Programa Antártico nem a compra de 12
novos caças da FAB, que só serão
pagos a partir de 2005. Quanto à
retomada do programa espacial,
prejudicado pela explosão da Base de Alcântara no ano passado,
foi sutil: "Estou convencido de
que haverá dotação especial".
Trata-se de algo em torno de R$
300 milhões. O orçamento da Defesa em 2004 é de R$ 28 bilhões.
Viegas tem se mostrado um
bom negociador. A Defesa foi o
segundo ministério em termos
reais e o primeiro em termos proporcionais no descontingenciamento do final de 2003. O ministro conseguiu liberar perto de R$
300 milhões, empenhados num
único dia para diferentes projetos
das três Forças. "Estávamos preparados para isso", disse.
Uma oportunidade para conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito será
hoje, quando Viegas embarca na
comitiva presidencial para São José dos Campos (SP), onde a Embraer fará a apresentação do protótipo do seu M-190.
"É interesse estratégico do governo criar condições para revigorar os vôos regionais num país
continental como o Brasil", disse
o ministro. O brigadeiro Bueno
acrescentou que esses vôos caíram de 200 para 106 em 2003.
Segundo o ministro, as três Forças têm índices de indisponibilidade de 50%, o que significa que
metade dos equipamentos estão
defasados e inaptos para uso.
Araguaia
Cercado pelos três comandantes -Francisco Albuquerque
(Exército) e Roberto Guimarães
Carvalho (Marinha), além de
Bueno-, Viegas falou sobre a comissão da guerrilha do Araguaia e
deixou claro: "O objetivo é encontrar as ossadas, mas isso é muito
difícil. As chances são mínimas".
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