|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FMI impõe ajuste a
Estados, afirma Lula
RICARDO GALHARDO
da Reportagem Local
O candidato derrotado à Presidência da República Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) disse ontem que
o presidente Fernando Henrique
Cardoso (PSDB) se recusa a dialogar com os governadores por imposição do FMI (Fundo Monetário
Internacional).
"O FMI fez mais um arrocho no
país e agora está impondo ao governo federal que também faça o
ajuste nos Estados", disse Lula.
Para o petista, o fato de FHC se
recusar a conversar com os governadores é mais uma demonstração
de intransigência do presidente.
"Fico boquiaberto ao ver como
ele (FHC) tem tanto tempo para
conversar com o FMI e não pode
falar com os governadores."
Segundo Lula, existe uma "questão de mérito" que deixa o presidente pouco à vontade para tratar
da crise estadual. "É difícil discutir,
já que os governadores que deixaram os Estados nessa situação integravam o núcleo do poder", disse
Lula, citando os ex-governadores
Antonio Britto (PMDB), do Rio
Grande do Sul; Marcello Alencar
(PSDB), do Rio de Janeiro; e
Eduardo Azeredo (PSDB), de Minas Gerais. Esse Estados, hoje, são
governados pela oposição.
Para o petista, o presidente deveria tratar os governadores da mesma forma que é tratado pelo Fundo. "Imagine se o FMI agisse com o
Brasil do mesmo jeito que o Fernando Henrique faz com os governadores?", disse. De acordo com
ele, a renegociação é necessária por
causa das mudanças ocorridas na
economia nacional desde que os
acordos foram fechados.
Segundo Lula, a queda da aprovação do governo revelada na pesquisa do Datafolha publicada domingo deveria servir como ponto
de reflexão para o presidente.
Segundo o levantamento, entre
dezembro de 98 e fevereiro de 99, o
percentual da população que considera o governo FHC ruim ou péssimo subiu de 25% para 36%, enquanto a avaliação do governo como ótimo ou bom caiu de 35% para 21%. "FHC precisa perder a mania de só ouvir pessoas que dizem
o que ele quer ouvir", disse Lula,
durante entrevista coletiva para falar do aniversário de 19 anos do PT,
que acontece amanhã.
Texto Anterior: Covas cobra cortes de secretários Próximo Texto: Para FHC, ajuste será compreendido Índice
|