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Queda do ICMS provoca ajuste
Covas cobra cortes de secretários
PATRÍCIA ANDRADE
da Reportagem Local
Na primeira reunião com o novo
secretariado, o governador de São
Paulo, Mário Covas (PSDB), deu
um prazo até o final do mês para
que os secretários apresentem um
plano de contenção de despesas
em suas áreas de atuação.
No início de janeiro, Covas baixou dois decretos estipulando cortes no Orçamento do Estado. Uma
medida estabeleceu redução de R$
200 milhões no custeio e outra determinou o contingenciamento de
R$ 1,8 bilhão, verba destinada aos
investimentos. A liberação desses
recursos só pode ser feita mediante
autorização do próprio Covas.
O governador quer agora que
seus secretários se adequem às novas diretrizes. O ajuste promovido
pelo tucano foi motivado pela queda de arrecadação de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) nos últimos meses e pelo aprofundamento da crise
do real.
Segundo o vice-governador Geraldo Alckmin, de outubro a janeiro, a queda de receita do imposto
foi de cerca de R$ 700 milhões em
relação ao que estava previsto no
orçamento, sendo que o pico do
declínio ocorreu em dezembro.
Alckmin disse que dificilmente a
arrecadação de ICMS em São Paulo terá uma rápida recuperação no
primeiro semestre de 99. "O governador passou essa lição de casa para todos os secretários, que devem
fazer a adequação à nova realidade
orçamentária. O objetivo continua
sendo o mesmo: não gastar um
centavo além do que o Estado arrecada", afirmou o vice-governador.
Ele explicou que os investimentos serão retomados gradativamente na medida em que a arrecadação do Estado vá melhorando.
Serão mantidos os projetos já em
andamento, sobretudo os da área
social, como construção de hospitais e presídios.
Demissões
Alckmin não descartou a possibilidade de o Estado demitir mais
funcionários públicos, mas disse
que isso é um assunto ainda em estudo no governo.
"Há a hipótese de adotarmos algum programa de demissão voluntária. São Paulo está gastando cerca de 64% de sua receita com pagamento do funcionalismo, ou seja,
acima dos 60% determinados pela
Lei Camata. Mas ainda não temos
nenhuma decisão tomada nesse
sentido", afirmou.
Ele acrescentou que uma das
prioridades do governo Covas este
ano é mandar para a Assembléia
Legislativa projeto de lei instituindo a contribuição previdenciária
para os funcionários públicos.
Atualmente, o gasto com a folha
de aposentados e pensionistas é de
R$ 520 milhões por mês. Apenas os
pensionistas contribuem com 6%
de seus vencimentos para o (Ipesp)
Instituto de Previdência de São
Paulo, o que dá ao Estado cerca de
R$ 70 milhões mensais.
Alckmin reconheceu que o governo pode ter dívidas atrasadas
com seus fornecedores de até 60
dias. Mas disse que o Estado vai
procurar "colocar em dia" essas
pendências.
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