São Paulo, domingo, 09 de março de 2008

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Alckmistas estão chegando para campanha

Ex-governador escala nomes como Saulo de Castro Abreu Filho, ex-secretário de Segurança, para estruturar seu comitê

Para evitar confronto com os democratas, tucano pede a aliados que não deixem vazar informações sobre a organização da equipe

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Embora repita que é cedo para falar em candidatura, o ex-governador Geraldo Alckmin já deu início à escalação de sua equipe de campanha. Saulo, Dalmo, Braga... Afastados da cena desde 2006, fiéis colaboradores do ex-governador estão de volta para assumir tarefas na sucessão municipal. Sim. Os alckmistas estão chegando.
Sem fumar -e, por isso mesmo, sete quilos mais gordo-, o ex-secretário de Segurança Pública Saulo de Castro Abreu Filho promete encarnar a face mais ruidosa da campanha.
Explosivo, já deu à Folha mostra de que mantém a forma ao comentar as divergências -nem tão- internas do PSDB.
"São sempre os mesmos que aproveitam o momento para aparecer. Depois, somem."
Exilado -especialmente depois de confronto com o DEM em 2006-, o ex-secretário de Educação Gabriel Chalita deverá atuar como colaborador discreto. Não raro é visto em conversas com tucanos afinados com o prefeito Gilberto Kassab (DEM), como o secretário municipal Andrea Matarazzo. Deverá cooperar na parte de comunicação.
Sondado pelos potenciais comandantes da campanha - "o Edson [Aparecido] e Silvio [Torres] vieram com essa conversa, e pá!"-, Saulo deverá ser o responsável pela área de gestão do comitê de Alckmin.
"Sempre fico com o grupo de gestão. Se a gente for trabalhar, e a gente vai ajudar o Geraldo, claro, esse papel é nosso. Depois a gente vai pegando mais coisa para fazer", explicou.
Saulo deverá ficar sob o comando do ex-presidente da Sabesp Dalmo Nogueira. Recrutado para coordenação do programa de governo, Dalmo já participa de reuniões no ITV (Instituto Teotonio Vilela, ligado ao PSDB) para diagnóstico de problemas da cidade.
Ao lado de Silvio Torres, ele procura um endereço para a equipe no centro da cidade.
Apesar da convocação, frisa que não foi formalmente convidado. "Falaram comigo se topo participar. Topo, como topei em todas as campanhas."
Ordem de Alckmin. Preocupado, Alckmin recomendou que os aliados não antecipem informações sobre a equipe, sob pena de irritar o DEM.
Segundo tucanos, Alckmin teme desgastes na imagem por não ter esperado os democratas. Mas, mesmo com o zelo, Dalmo deixa escapar que os trabalhos, no ITV, estão em curso. "A gente está trabalhando com o que o PSDB pensa. Depois, você tem toda uma discussão da coalizão."

Organograma
Para minimizar a idéia de precipitação da campanha, Dalmo e Saulo lembram que, tradicionalmente, trabalham na redação do programa do governo. Daí a associação à campanha. Pela lógica, afirmam, o ex-secretário de Planejamento Fernando Braga deverá integrar a equipe de Alckmin.
Em conversas, Alckmin até desenha organograma de campanha, incluindo um coordenador de pesquisa e um responsável pela mobilização dos diretórios municipais do partido.
Na linha de frente, os deputados federais Silvio Torres, Edson Aparecido, Duarte Nogueira e Julio Semeghini. Além da afinidade com Alckmin, poderão se dedicar em tempos de recesso branco na Câmara.
Com a migração de tucanos para a iniciativa privada, ou aproveitamento na estrutura do governo Serra, a dificuldade tem sido encontrar voluntários com disponibilidade de tempo.
Esse é, por exemplo, o nó para a participação de Marcos Monteiro, cotado para o comitê financeiro e a organização da campanha. O ex-presidente da Febem é hoje adjunto da Secretaria de Gestão.
Ex-presidente da Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano), Marcos Campagnone é, por exemplo, cogitado para a elaboração de uma plano estratégico para a cidade. Mas, como funcionário público, teria de se afastar do banco Nossa Caixa.
Dedicado aos negócios, José Carlos Meirelles deverá dar um apoio informal. "Não vou deixar de ajudar meu amigo", diz.
Na tropa, pelo menos uma baixa. Depois de atuar na organização de 16 campanhas, Sérgio Kobayashi deixou o PSDB em agosto para se dedicar a seu negócio. "Vou passar a receber pelo que fazia de graça", afirma, acrescentando que "dificilmente" trabalhará com Alckmin: "Não gostei da experiência de 2006".


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