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Alckmistas estão chegando para campanha
Ex-governador escala nomes como Saulo de Castro Abreu Filho, ex-secretário de Segurança, para estruturar seu comitê
Para evitar confronto com os democratas, tucano pede a aliados que não deixem vazar informações sobre
a organização da equipe
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Embora repita que é cedo para falar em candidatura, o ex-governador Geraldo Alckmin já
deu início à escalação de sua
equipe de campanha. Saulo,
Dalmo, Braga... Afastados da
cena desde 2006, fiéis colaboradores do ex-governador estão de volta para assumir tarefas na sucessão municipal. Sim.
Os alckmistas estão chegando.
Sem fumar -e, por isso mesmo, sete quilos mais gordo-, o
ex-secretário de Segurança Pública Saulo de Castro Abreu Filho promete encarnar a face
mais ruidosa da campanha.
Explosivo, já deu à Folha
mostra de que mantém a forma
ao comentar as divergências
-nem tão- internas do PSDB.
"São sempre os mesmos que
aproveitam o momento para
aparecer. Depois, somem."
Exilado -especialmente depois de confronto com o DEM
em 2006-, o ex-secretário de
Educação Gabriel Chalita deverá atuar como colaborador
discreto. Não raro é visto em
conversas com tucanos afinados com o prefeito Gilberto
Kassab (DEM), como o secretário municipal Andrea Matarazzo. Deverá cooperar na parte de comunicação.
Sondado pelos potenciais comandantes da campanha - "o
Edson [Aparecido] e Silvio
[Torres] vieram com essa conversa, e pá!"-, Saulo deverá ser
o responsável pela área de gestão do comitê de Alckmin.
"Sempre fico com o grupo de
gestão. Se a gente for trabalhar,
e a gente vai ajudar o Geraldo,
claro, esse papel é nosso. Depois a gente vai pegando mais
coisa para fazer", explicou.
Saulo deverá ficar sob o comando do ex-presidente da Sabesp Dalmo Nogueira. Recrutado para coordenação do programa de governo, Dalmo já
participa de reuniões no ITV
(Instituto Teotonio Vilela, ligado ao PSDB) para diagnóstico
de problemas da cidade.
Ao lado de Silvio Torres, ele
procura um endereço para a
equipe no centro da cidade.
Apesar da convocação, frisa
que não foi formalmente convidado. "Falaram comigo se topo participar. Topo, como topei
em todas as campanhas."
Ordem de Alckmin. Preocupado, Alckmin recomendou
que os aliados não antecipem
informações sobre a equipe,
sob pena de irritar o DEM.
Segundo tucanos, Alckmin
teme desgastes na imagem por
não ter esperado os democratas. Mas, mesmo com o zelo,
Dalmo deixa escapar que os
trabalhos, no ITV, estão em
curso. "A gente está trabalhando com o que o PSDB pensa.
Depois, você tem toda uma discussão da coalizão."
Organograma
Para minimizar a idéia de
precipitação da campanha,
Dalmo e Saulo lembram que,
tradicionalmente, trabalham
na redação do programa do governo. Daí a associação à campanha. Pela lógica, afirmam, o
ex-secretário de Planejamento
Fernando Braga deverá integrar a equipe de Alckmin.
Em conversas, Alckmin até
desenha organograma de campanha, incluindo um coordenador de pesquisa e um responsável pela mobilização dos diretórios municipais do partido.
Na linha de frente, os deputados federais Silvio Torres, Edson Aparecido, Duarte Nogueira e Julio Semeghini. Além da
afinidade com Alckmin, poderão se dedicar em tempos de recesso branco na Câmara.
Com a migração de tucanos
para a iniciativa privada, ou
aproveitamento na estrutura
do governo Serra, a dificuldade
tem sido encontrar voluntários
com disponibilidade de tempo.
Esse é, por exemplo, o nó para a participação de Marcos
Monteiro, cotado para o comitê
financeiro e a organização da
campanha. O ex-presidente da
Febem é hoje adjunto da Secretaria de Gestão.
Ex-presidente da Emplasa
(Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano), Marcos
Campagnone é, por exemplo,
cogitado para a elaboração de
uma plano estratégico para a cidade. Mas, como funcionário
público, teria de se afastar do
banco Nossa Caixa.
Dedicado aos negócios, José
Carlos Meirelles deverá dar um
apoio informal. "Não vou deixar de ajudar meu amigo", diz.
Na tropa, pelo menos uma
baixa. Depois de atuar na organização de 16 campanhas, Sérgio Kobayashi deixou o PSDB
em agosto para se dedicar a seu
negócio. "Vou passar a receber
pelo que fazia de graça", afirma,
acrescentando que "dificilmente" trabalhará com Alckmin: "Não gostei da experiência
de 2006".
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