São Paulo, domingo, 09 de abril de 2000


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MINAS
Data colide com a Páscoa este ano
Itamar adia feriado da Inconfidência

PAULO PEIXOTO
da Agência Folha

O governador de Minas Gerais, Itamar Franco, sem partido, ex-PMDB, suspendeu as comemorações da Inconfidência Mineira, que acontece há vários anos em 21 de abril, em Ouro Preto (MG).
Sua intenção é sua intenção comemorar a data junto com o 1º de Maio, Dia do Trabalho, realizando na cidade histórica um ato contra a política econômica do governo federal.
O motivo da transferência das comemorações do dia de Tiradentes, o mártir da Inconfidência Mineira, é que o 21 de abril, neste ano, coincide com a Sexta-Feira da Paixão, celebrada em Ouro Preto. A Igreja Católica havia feito a mesma solicitação ao governo.

Protestos
Itamar quer repetir no 1º de Maio o ato de 21 de abril do ano passado, quando líderes nacionais da oposição e do MST fizeram um protesto contra o governo federal, que reuniu cerca de 20 mil pessoas. Na ocasião, em Ouro Preto, Itamar condecorou-os com a Medalha da Inconfidência, a maior homenagem do Estado.
Itamar negocia com o PT a realização desse ato, mas os petistas mineiros ainda não referendaram a posição do governador. O PT acha que as datas têm motivos distintos e considera que a manifestação pode estar enfraquecida devido à crise que o governo mineiro atravessa após o rompimento com o PMDB -partido pelo qual Itamar se elegeu, em 98, e o abandonou, no final de 99.
"O ato político com representação nacional perdeu força por causa dessa crise, sem dúvida", disse Carlos Calazans, secretário Sindical do PT mineiro, que vê como alternativa a realização de um ato "simples e curto" em Ouro Preto, lembrando a Inconfidência Mineira, e no mesmo dia, à tarde, em Belo Horizonte, uma manifestação pelo Dia do Trabalho.
Pelo lado do governo, o assessor especial Alexandre Dupeyrat e o secretário da Cultura, Angelo Oswaldo, discutem essa questão com o PT, que, após os problemas com o PMDB, se tornou ainda mais próximo de Itamar.
No dia 20 de março, o governador afastou o secretário da Saúde, Armando Costa, um dos caciques do PMDB no Estado, entre denúncias de corrupção na pasta. Para seu lugar, foi nomeado Adelmo Carneiro Leão, deputado estadual pelo PT.


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