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São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2003

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Presidente diz que vai retomar obras

RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma promessa ontem, ao discursar na abertura de uma feira de exposições da construção civil em São Paulo: nenhuma obra pública interrompida nos governos anteriores ficará paralisada em seu governo.
Lula contou que o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, há dias apresentou um estudo sobre o assunto. Cem obras públicas estão a menos de 30% de seu final e "algumas" estão paradas a apenas 3% do encerramento.
Mas o próprio Adauto suspendeu, logo que tomou posse, todas as licitações para obras de infra-estrutura em transportes. Segundo o ministro disse à época, a decisão foi tomada porque a prioridade do governo agora são os investimentos sociais, e não a construção de novas rodovias.
Lula falou sobre a pobreza com uma comparação dirigida ao público do evento, formado principalmente por empresários da construção civil. Disse que, quanto mais favelas existirem no país "menos cerâmicas, menos azulejos, menos torneiras, menos produtos as pessoas vão comprar".
O discurso de Lula teve momento de euforia nacionalista. "A nossa indústria de construção civil não deve nada a nenhuma indústria de nenhum lugar do mundo, pela sua competência de engenharia, pela capacidade que nós temos de produzir", disse o presidente. Que também apelou para o amor-próprio do brasileiro: "Temos de levantar a cabeça".
Sobre a economia, retomou frase de efeito da campanha: "Nenhuma economia do mundo vai para a frente se as taxas de juros pagas pelo governo pelos seus títulos forem maiores do que as taxas de lucro de uma empresa [obtidas] pela produção".
Segundo Lula, esse quadro de sonhos "não está longe" de ser alcançado: "Esse é o objetivo que o governo busca e podem ficar certos de que não está longe o momento em que vocês vão ver a inflação controlada, os juros caindo, o dinheiro para financiar as nossas exportações sendo depositado corretamente e este país voltando a acreditar em si como nação livre e soberana".
Antes do evento, Lula tomou um café da manhã (pão com mortadela e café) com cerca de 200 operários da fábrica da montadora Rolls Royce em São Bernardo do Campo (SP). Ele costuma usar o heliponto da empresa, que é o mais próximo de sua casa. No encontro, segundo a assessoria, Lula disse querer continuar tendo esses contatos com operários.
Após a inauguração da feira, montada no parque do Anhembi, Lula visitou estandes.


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