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"Ilusão vence esperança", diz PSDB
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No mais duro ataque ao PT desde o encerramento da campanha
eleitoral, o PSDB divulgou ontem
a visão do partido sobre os cem
dias de governo na qual diz que "a
ilusão está vencendo a esperança"
e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "rasgou seu programa
de governo e abraçou de corpo e
alma uma agenda que estava perdida, para ser mais conservador
que os conservadores do FMI".
Trata-se de uma referência ao
aumento da meta de superávit
primário para 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto), adotado por
iniciativa do governo. "Se não é
para atender ao FMI, então, por
que tanto sacrifício imposto ao
povo brasileiro?", questiona o documento tucano.
O texto aponta o que seriam incoerências entre as promessas de
campanha e o que está sendo feito, questionando: "Se houvesse
um índice de estelionato eleitoral?". E chega a falar em "custo-Lula". "É o preço que o país está
pagando pela aventura eleitoral
do PT para chegar ao governo,
que votou contra as reformas propostas e ainda lutou para derrubá-las na Justiça, que prometeu
na campanha entregar o que não
podia, não pode e não poderá."
O documento tucano tem um
título irônico: "Informe 13", alusão ao número do PT nas cédulas
eleitorais. Os dados foram coligidos pela assessoria do PSDB, formada por técnicos que trabalharam no governo Fernando Henrique Cardoso ou na elaboração do
programa de governo do candidato tucano José Serra.
Os tucanos contestam o autoproclamado sucesso do governo
na queda da cotação do dólar e na
diminuição do risco Brasil. "O
câmbio e o risco-país melhoraram em relação à situação que
apresentavam ao final da campanha eleitoral, e não antes desta."
E convidam à reflexão: "Não estarão os "radicais" [do PT] sendo
apenas coerentes e Lula sendo radical na incoerência?".
O PSDB ataca também o aumento do salário mínimo, quando o valor da cesta básica sofreu
uma variação superior em São
Paulo. "Um trabalhador que ganha um salário mínimo compra
menos com o primeiro salário de
Lula do que comprava com o último aumento dado por FHC."
"Aliás, o presidente Lula se esqueceu de pedir desculpas ao trabalhador, na mesma forma que
sugeriu ao seu antecessor", diz.
Os tucanos apontam para o índice de 11,6% do desemprego para cobrar a principal promessa de
campanha de Lula: a criação de
empregos. Atacam o "empreguismo para os militantes do partido
cuja multiplicação de ministérios
é apenas uma fachada".
Na área social, os tucanos dizem
que o Fome Zero tem "erro fatal
de concepção: confundir falta de
renda com falta de alimento".
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