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Lula foi aprovado na TV, diz governo
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma pesquisa nacional encomendada pelo Planalto mostrou
ao governo que foi alta a aprovação ao pronunciamento do presidente Luís Inácio Lula da Silva,
anteontem à noite na TV.
Realizada por telefone logo depois de terminada a fala de Lula, a
pesquisa perguntou aos telespectadores se o presidente havia sido
sincero em seu pronunciamento.
A resposta de 89% foi "sim".
Esse dado reforçou a percepção
de assessores palacianos sobre a
diferença de avaliação que os eleitores fazem do governo e do presidente: Lula sempre se sai melhor
do que sua administração.
A Folha teve acesso aos resultados parciais da pesquisa, mas não
conseguiu apurar qual foi a metodologia, quem pagou o levantamento nem o nome do instituto
que realizou o trabalho.
Apesar de ter durado cerca de
nove minutos, a duração da fala
de Lula não incomodou os espectadores, segundo a pesquisa. Para
77% o pronunciamento "não foi
cansativo". A forma de apresentação do discurso foi considerada
"fácil de entender" por 94%.
Sobre a argumentação de Lula,
40% concordaram com tudo o
que o presidente falou. Outros
48% concordaram em parte.
A pesquisa teve uma pergunta a
respeito da frequência com que os
telespectadores gostariam de ver
Lula falando na TV. Para 49%, ele
deveria fazer um pronunciamento todos os meses. Outros 34%
acham que poderia ser a cada dois
ou três meses.
Pelos cálculos dos pesquisadores, cerca de 70% dos eleitores
consideram razoável que Lula fale
em cadeia de TV de dois em dois
meses. Apesar disso, esta idéia está descartada, ao menos no momento. A Folha apurou que o recurso será usado com parcimônia
para não ficar desgastado.
O discurso de anteontem ocorreu devido à expectativa que os
partidos de oposição criaram a
respeito dos primeiro cem dias de
governo. Na avaliação do Planalto, seria ruim Lula deixar a data
passar apenas com a avaliação da
mídia e dos seus opositores.
Também ficou decidido que estava na hora de registrar, em uma
fala oficial, a herança administrativa recebida do governo FHC. No
início do governo, havia o temor
de que falar em dificuldades pudesse agravar a crise econômica.
O presidente disse que recebeu
o país com a economia passando
por "um momento dramático".
Para os estrategistas, esse tipo de
declaração servirá mais adiante
como desculpa num eventual cenário em que a popularidade do
Planalto esteja mais baixa e o clima econômico, menos favorável.
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