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São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2003

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Lula foi aprovado na TV, diz governo

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma pesquisa nacional encomendada pelo Planalto mostrou ao governo que foi alta a aprovação ao pronunciamento do presidente Luís Inácio Lula da Silva, anteontem à noite na TV.
Realizada por telefone logo depois de terminada a fala de Lula, a pesquisa perguntou aos telespectadores se o presidente havia sido sincero em seu pronunciamento. A resposta de 89% foi "sim".
Esse dado reforçou a percepção de assessores palacianos sobre a diferença de avaliação que os eleitores fazem do governo e do presidente: Lula sempre se sai melhor do que sua administração.
A Folha teve acesso aos resultados parciais da pesquisa, mas não conseguiu apurar qual foi a metodologia, quem pagou o levantamento nem o nome do instituto que realizou o trabalho.
Apesar de ter durado cerca de nove minutos, a duração da fala de Lula não incomodou os espectadores, segundo a pesquisa. Para 77% o pronunciamento "não foi cansativo". A forma de apresentação do discurso foi considerada "fácil de entender" por 94%.
Sobre a argumentação de Lula, 40% concordaram com tudo o que o presidente falou. Outros 48% concordaram em parte.
A pesquisa teve uma pergunta a respeito da frequência com que os telespectadores gostariam de ver Lula falando na TV. Para 49%, ele deveria fazer um pronunciamento todos os meses. Outros 34% acham que poderia ser a cada dois ou três meses.
Pelos cálculos dos pesquisadores, cerca de 70% dos eleitores consideram razoável que Lula fale em cadeia de TV de dois em dois meses. Apesar disso, esta idéia está descartada, ao menos no momento. A Folha apurou que o recurso será usado com parcimônia para não ficar desgastado.
O discurso de anteontem ocorreu devido à expectativa que os partidos de oposição criaram a respeito dos primeiro cem dias de governo. Na avaliação do Planalto, seria ruim Lula deixar a data passar apenas com a avaliação da mídia e dos seus opositores.
Também ficou decidido que estava na hora de registrar, em uma fala oficial, a herança administrativa recebida do governo FHC. No início do governo, havia o temor de que falar em dificuldades pudesse agravar a crise econômica.
O presidente disse que recebeu o país com a economia passando por "um momento dramático". Para os estrategistas, esse tipo de declaração servirá mais adiante como desculpa num eventual cenário em que a popularidade do Planalto esteja mais baixa e o clima econômico, menos favorável.


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