São Paulo, sábado, 09 de abril de 2005

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Presidente evitou comentar política cubana em 2003

DA REDAÇÃO

"Não é boa política um chefe de Estado se meter em assuntos internos de outro país." A declaração é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi feita pouco antes de sua visita a Cuba, em 26 de setembro de 2003.
Na época, Lula recebeu pressões internacionais para interceder pela liberdade dos presos políticos na ilha. Em sua passagem por Cuba, porém, o presidente brasileiro poupou Fidel Castro das críticas públicas.
A atitude acabou sendo criticada durante manifestação contra a violação dos direitos humanos, realizada pela ONG Repórteres Sem Fronteiras, em Paris.
Após as críticas, Lula disse: "Eu conversei quase duas horas com Fidel sobre a questão dos prisioneiros. Acontece que fui a Cuba como chefe de Estado e as boas maneiras indicam que ele não dê palpite na política de outro país. Respeito é bom, eu dou e gosto de receber".
Durante conversa particular com o ditador cubano, o presidente Lula teria recomendado a Fidel a abertura política da ilha.
A idéia de não interferir em Cuba não era nova entre os petistas. Cerca de um ano antes, o atual chefe da Casa Civil, José Dirceu, disse: "Nós não cuspimos no prato em que comemos. Eu sou solidário ao povo cubano e defendo a autodeterminação de Cuba, como o PT defende, e o fim das medidas que têm sido adotadas contra a economia de Cuba".
Lula é amigo do ditador Fidel Castro desde 1980, quando se conheceram em Manágua (Nicarágua), na comemoração do primeiro aniversário da revolução sandinista. Em 1995, Fidel foi à casa de Lula em São Bernardo do Campo.


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