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Antero pede demissão de Meirelles e ataca governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar da sessão vazia, o senador Antero Paes de Barros
(PSDB-MT) foi ontem à tribuna
do plenário para fazer um duro
discurso contra o governo -chamou o PT de "coveiro da ética"-
e para pedir a demissão de Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, que sofre acusações de
irregularidades financeiras e crime eleitoral.
Os ataques contra Meirelles são
fortes no Senado -onde foi convidado para dar esclarecimento
na CAE (Comissão de Assuntos
Econômicos).
Por articulação do PT, a "convocação" acabou virando um
"convite", sob argumento de que
a atitude tem reflexos na estabilidade financeira.
O convite, porém, motivou até
fogo amigo contra Meirelles. Em
audiência com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o presidente
interino, José Alencar, teria dito
que gostaria de voltar a ser senador para poder "sabatinar" Meirelles na CAE. "Gostaria de voltar
a ser senador só para poder questioná-lo", disse Alencar, segundo
relato de Suplicy.
No encontro de mais de uma
hora, anteontem, ambos se queixaram dos juros altos e da falta de
transparência das posições individuais dos diretores do Copom.
No Senado, três senadores petistas tiveram de debater com Antero Paes de Barro para conter os
ataques ao governo, ao partido e a
Meirelles.
"Este é um governo que não demite ninguém, principalmente
quando macula conceitos vinculados à ética", discursou o tucano.
"Nem Meirelles tem a dignidade
para sair do cargo, nem o governo
tem a coragem de demiti-lo",
completou.
A senadora Fátima Cleide (PT-RO) disse que, se houver problemas ligados a Meirelles, não seriam exclusivamente ligados ao
PT, mas também ao PSDB, pelo
qual Meirelles foi eleito deputado
federal em Goiás antes de ser convidado pelo governo Lula para
presidir o Banco Central.
O petista Tião Viana, senador
pelo Acre, fez uma defesa da presunção da inocência e do direito à
ampla defesa -garantias constitucionais- para Meirelles.
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