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PT NO DIVÃ
Ala majoritária se reúne e vai cobrar mais visibilidade a políticas sociais
Partido foca o social e poupa Palocci no Rio
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Reunidas hoje e amanhã no Rio
de Janeiro, as principais lideranças da ala majoritária do PT vão
discutir uma forma de capitalizar
melhor as realizações na área social do governo e reverter o processo pelo qual ela é vista como
apêndice da política econômica.
Também haverá críticas à articulação política do governo, que,
desde a eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE) para a presidência
da Câmara, é considerada caótica.
O encontro serve para formar a
chapa do chamado Campo Majoritário, tendência moderada que
responde por cerca de 60% do PT,
na eleição que renovará a direção
interna, em setembro. O atual
presidente, José Genoino, será
aclamado candidato à reeleição.
Haverá também a discussão inicial sobre a tese que o Campo deve apresentar quando inscrever
sua chapa, no final de maio. Já há
um rascunho para essa tese, formulado a partir de contribuições
de "notáveis" do partido, como
Genoino, o senador Aloizio Mercadante (SP), o ex-presidente da
Câmara João Paulo Cunha (SP), e
os ministros Antonio Palocci (Fazenda) e José Dirceu (Casa Civil).
O texto, segundo a Folha apurou, expõe a preocupação com o
fato de as políticas sociais terem
uma pequena fração da projeção
de que a área econômica desfruta.
Há uma avaliação de que o governo tem o que mostrar na área
social, mas não o faz.
"Temos muitos e muitos programas na área social. Alguns são
marcas fortes. Mas não aparecem
como deveriam", afirma Genoino. Entre os exemplos que ele cita
estão o Bolsa-Família e o Prouni
(Universidade para Todos).
Os petistas querem tomar o cuidado de dizer que não há contradição entre a promoção dos programas sociais e o apoio à política
econômica.
O ministro da Fazenda estava
preocupado com a possibilidade
de haver críticas no encontro,
mas foi tranqüilizado por Genoino e Dirceu. Sua única derrota foi
a retirada de uma menção, ainda
que rápida, à redefinição do papel
do Banco Central, o que poderia
ser interpretado como uma defesa da autonomia da instituição.
Mas, por insistência de Dirceu,
haverá uma referência dizendo
que a política econômica não se
resume a política monetária e rigor fiscal, também incluindo projetos de infra-estrutura, política
industrial e geração de empregos.
O PT tem a visão de que os sacrifícios impostos atualmente pela política econômica são transitórios e não devem matar o objetivo de longo prazo de melhorar a
distribuição de renda. "O encontro vai discernir bem o que é circunstancial, como a política econômica, do que é doutrinário no
PT, a distribuição de renda", diz
João Paulo, ligado a Dirceu.
Sobre a articulação política, a
crítica será genérica, para que não
pareça mais um ataque ao ministro Aldo Rebelo (PC do B).
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