DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Jorge Félix, do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), admitiu ontem na CPI dos Cartões que nem todos os gastos do presidente Lula e seus familiares são sigilosos, mas que o governo acaba definindo tudo como reservado porque seria inviável analisar caso a caso.
"Não são todos os gastos [da Presidência] que consideramos sigilosos nem todos são ostensivos. Como separar? É complicado. Por isso, as regras são genéricas."
Sobre os dados do ex-presidente Fernando Henrique e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso, divulgados no dossiê elaborado na Casa Civil, o general afirmou que, em tese, se indicarem a rotina do casal e procedimentos adotados pelo governo, deveriam continuar sob sigilo.
"Gastos de ex-presidentes -se revelarem rotinas, procedimentos, se revelarem ou acarretarem vulnerabilidade para o sistema de segurança- deveriam ser considerados sigilosos, caso contrário, não", afirmou.
O deputado Vic Pires (DEM-PA) provocou constrangimento ao general ao perguntar se os gastos com a compra de alimentação e bebidas para atender a comitiva presidencial no avião da Presidência eram sigilosos. "Em princípio sim", respondeu o general. Vic Pires então revelou que recebeu documentos nos quais há detalhes sobre gastos dessa natureza e citou uma viagem de Lula a Nova York onde se gastou US$ 8.710, segundo o deputado, com comida e bebida numa viagem de dois dias, em setembro de 2007.
"O que ele [Lula] comeu ou bebeu não é problema de segurança, mas a origem, quem transportou", disse.
Ao depor também ontem na CPI, o ministro Orlando Silva (Esporte) disse que devolveu R$ 34.378,37 que gastou com cartão em 2007 para evitar mais questionamentos, mas que espera a devolução do valor, assim que a CGU (Controladoria Geral da União) concluir auditoria nos seus gastos. Ele disse que a compra da tapioca com o cartão foi um erro, mas que os R$ 8 já foram ressarcidos. (ANDREZA MATAIS)


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