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Polícia Federal apreende seis computadores da Casa Civil
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal apreendeu
ontem seis computadores utilizados por funcionários da Casa
Civil que teriam participado da
elaboração do dossiê no qual
foram registrados gastos do governo Fernando Henrique Cardoso, de ex-ministros tucanos e
da ex-primeira-dama Ruth
Cardoso.
A diligência foi a primeira
medida tomada pelo delegado
Sérgio Menezes, que preside o
inquérito instaurado anteontem pela PF para apurar o vazamento de dados contidos no
dossiê, bem como as razões que
levaram o responsável a tornar
públicas as informações que
compõem o documento.
Cinco notebooks (computadores portáteis) e um desktop
(computador de mesa) serão
analisados.
O conteúdo do material será
avaliado por técnicos da Superintendência da Polícia Federal
no Distrito Federal, na qual
Menezes atua como chefe da
Divisão de Combate a Crimes
Organizados.
Haverá apoio de peritos do
Instituto Nacional de Criminalística, órgão que também integra a estrutura da PF.
Menezes passou toda a tarde
de ontem no Palácio do Planalto. Ouviu servidores da área
técnica para entender como
funciona a alimentação, gestão
e eventual modificação do sistema no qual ficam registradas
as contas das despesas feitas
com cartões corporativos, ou
seja, aquelas chamadas contas
tipo B, que são destinadas a cobrir gastos emergenciais de autoridades do governo e que em
regra não são sujeitas a fiscalização pelo seu caráter, em tese,
emergencial.
Segundo a assessoria de imprensa da PF, Menezes não
adiantou quais serão as primeiras pessoas a serem ouvidas.
Também não esclareceu se irá
investigar eventual manipulação de dados do dossiê FHC publicados pela imprensa, conforme sugeriu a ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil).
O dossiê
O dossiê foi elaborado a pedido da servidora Erenice Guerra, braço direito da ministra,
tão logo foi deflagrada a crise
decorrente da divulgação de
gastos com cartões corporativos realizados pela equipe ministerial do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, em fevereiro deste ano.
Não há prazo definido para a
análise do conteúdo dos computadores ser finalizada. Mas a
investigação foi colocada como
prioridade dentro da PF, o que
deve acelerar o trabalho dos
técnicos. O delegado tem 30
dias para concluir o inquérito,
prazo que pode ser prorrogado,
dependendo da evolução da investigação. Menezes tem fama
na corporação pela sua agilidade em fechar os trabalhos nos
quais está envolvido.
Menezes conduziu a investigação no caso que ficou conhecido como "mensalinho", no
qual o então presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PR-PE), foi acusado, com base no
inquérito, de ter praticado pelo
menos três vezes o crime de
concussão -o que lhe renderia,
em caso de sentença condenatória, a pena máxima de 24
anos de prisão. O parlamentar
renunciou ao cargo.
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