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Escuta feita pela PF liga mensaleiro a "aloprado"
Segundo polícia, Henry deu aval para liberação de recursos de interesse de Valdebran
Outro avalista teria sido o governador de MT, Silval Barbosa, que nega acusação; diálogo foi citado em decisão que prendeu o "aloprado"
HUDSON CORRÊA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A operação da Polícia Federal contra desvio de dinheiro
público deflagrada anteontem
em Mato Grosso liga um réu do
mensalão do PT a um "aloprado" do caso da compra de dossiê contra tucanos.
Acusado de ser mensaleiro, o
deputado licenciado Pedro
Henry (PP-MT) deu aval para
liberação de recursos públicos
do interesse do "aloprado" Valdebran Padilha, segundo aponta escuta telefônica feita pela
PF em fevereiro de 2009.
Ainda conforme a escuta, outro avalista foi o atual governador de Mato Grosso, na época
vice, Silval Barbosa (PMDB).
Aliados, Henry e Silval negam.
O diálogo foi citado na decisão do juiz que mandou prender 35 pessoas acusadas participar de um esquema de desvio
de dinheiro da Saúde e do Ministério das Cidades. Com a ordem do juiz, a PF deflagrou a
operação.
Entre os presos está Valdebran. Ele já havia sido preso em
2006 com R$ 1,7 milhão entregue por emissários do PT para
compra de um dossiê que envolveria o ex-governador José
Serra (PSDB-SP) em esquema
de venda de ambulância.
Após o episódio, Valdebran
saiu de cena, mas usava empreiteiras em nome de terceiros para desviar recursos públicos, diz em sua decisão o juiz
Julier Sebastião da Silva, da 1ª
Vara Federal de Cuiabá (MT).
Uma dessas empreiteiras fazia obras em Cáceres (MT), base eleitoral de Henry.
No diálogo captado pela PF,
não é possível saber quais recursos públicos seriam liberados em benefício de Valdebran.
Nele, Valdebran conversa
com Carlos Miranda, tesoureiro do PMDB estadual e também preso pela PF. Ele diz que
negociava um empréstimo com
uma pessoa de nome Marilena,
mas que ela exigia garantia de
pagamento, ou seja, o compromisso de que Silval liberaria dinheiro para obra ou projeto do
interesse do "aloprado".
O tesoureiro responde então
que a garantia tinha sido dada:
"Silval ligou pro Yuri, ligou pro
Pedro Henry. Falou: ó Marilena, se você quiser fazer essa
operação [de empréstimo], pra
esse pessoal, cê pode fazer que
eu já chequei, tá assinado, tá tudo averiguado, esse recurso já
era pra ter até saído".
Na época havia negociação
entre Henry e o então secretário estadual de Turismo, Yuri
Bastos Jorge, filiado ao PP, para
liberação de verbas para bailes
de Carnaval em MT.
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