São Paulo, terça-feira, 09 de maio de 2000


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PAINEL

Ruído eleitoral
FHC não falava apenas para o PFL "arredio" de ACM ontem, quando endureceu contra eventuais infiéis na votação da MP do salário mínimo. O governo teme também a reação inesperada de 190 deputados candidatos a prefeito este ano. Inclusive no PMDB e PSDB.

Segurança nacional
João Pedro Stédile, principal ideólogo do MST, teve uma queda brusca de pressão ontem. O diagnóstico é de estafa. Stédile está em repouso e, por orientação médica, vem atendendo poucos telefonemas.

Palavra de ex
FHC ouviu Sarney (PMDB-AP) antes de endurecer o discurso contra os sem-terra.

Manobra diversionista
Leitura do Planalto à carta que ACM enviou a FHC relatando supostas irregularidades de um afilhado de Jader Barbalho (PMDB) na Sudam: foi um factóide para tirar a atenção da derrota na questão do mínimo.

De prontidão
Embora tenha liberado o PFL a negociar o acordo para votar o mínimo, ACM ainda não deu o sinal verde à bancada baiana. Que aguarda a sua ordem.

Longe do fogo
Planalto e Congresso esqueceram de vez da cobrança previdenciária dos servidores inativos. Justificativa de um pefelista: "à medida que a eleição se aproxima, o projeto fica mais quente. Tocar nele queima!"

Teatro cearense
Dúvida hamletiana que ocorreu acerca de quem deveria estar presente hoje ao lançamento da candidatura de Patrícia Gomes (PPS) à Prefeitura de Fortaleza: Tasso, com seu prestígio de chefão político local, ou Ciro, com o prestígio de presidenciável. Na dúvida, vão os dois.

Carona política
Dirigentes da UNE querem formar uma agenda conjunta com os sem-terra. A proposta será formalizada hoje em reunião com Gilmar Mauro.

Calculadora
Aliados de Tasso Jereissati (CE) fizeram as contas e se surpreenderam ao constatar que Fernando Bezerra (Integração Regional) teria sete homens de confiança na CPI do Finor, contra apenas três do governador.

Antes tarde...
Soou como música aos partidários da candidatura presidencial de Serra (Saúde) a crítica de FHC ao critério do FMI para o cálculo do déficit público. O presidente repetiu o que disse o ministro em março, no lançamento de campanha para reduzir a mortalidade infantil.
...do que nunca
Deve-se dar um desconto ao entusiasmo dos aliados de Serra. À época, o ministro avisou que FHC pensava da mesma maneira. Paulo Renato (Educação) e Armínio Fraga (BC) também. Mas Pedro Malan (Fazenda) tem evitado se manifestar.

Bom para otário
A única diferença nas críticas de FHC e Serra ao FMI está no tom. O ministro foi mais duro. Dizia que o critério de incluir as despesas de empresas públicas que não dependem do Tesouro no cálculo déficit só vale para "os trouxas do hemisfério Sul". FHC foi mais eufemístico.

Elefante branco
Em janeiro, Martus Tavares (Orçamento e Gestão) disse que União tomaria posse do prédio inacabado do TRT paulista. Mas, até agora, nada. O prédio, que já foi invadido pelo movimento dos sem-teto, continua abandonado. Pelo jeito, ninguém quer assumir o abacaxi.

Longe da praia
Primeira vítima da CPI do Narcotráfico na Receita: o inspetor chefe do Porto de Santos, Haroldo Costa Amorim, foi transferido para São Paulo. Ele foi citado na CPI por ter passado meses sem fazer apreensão.

TIROTEIO
Do deputado José Dirceu, presidente nacional do PT, ao fazer a abertura do seminário "Socialismo e Democracia", promovido ontem em São Paulo com intelectuais do partido:
- O governo Fernando Henrique Cardoso quer cortar o braço esquerdo e a perna esquerda do PT. Quer, mas não vai conseguir.

CONTRAPONTO
O defensor dos pobres


Na semana passada, uma comitiva liderada pelo ministro Fernando Bezerra (Integração Regional) visitou o Banco Mundial, em Washington, em busca de linhas de crédito para o projeto de transposição das águas do rio São Francisco. Pararam na entrada do banco, onde existe uma placa com a inscrição: "Nosso sonho é um mundo sem pobreza".
Depois de ler a placa, Bezerra se voltou para o secretário de Meio Ambiente mineiro, o deputado petista Tilden Santiago, e ironizou:
- Vocês do PT estão inspirando até o Banco Mundial, o supra-sumo do capitalismo!
Santiago respondeu rindo:
- Não, isso não é coisa nossa. É do Antonio Carlos Magalhães, depois que ele se converteu em defensor dos pobres que ganham salário mínimo.

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