São Paulo, terça-feira, 09 de maio de 2000


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ACM critica ameaça e afirma que "é pior parlamentar roubando"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), criticou ontem as ameaças do presidente Fernando Henrique Cardoso de retaliar os parlamentares da base governista que votarem contra o salário mínimo de R$ 151 na sessão do Congresso de amanhã.
ACM disse que o presidente deveria se preocupar com os parlamentares dos partidos aliados que praticam corrupção em vez de perseguir deputados e senadores que defendem um salário mínimo maior. Ele manteve a defesa do mínimo de R$ 177.
""Eu acho ruim todo dia essa ameaça do governo e do próprio presidente. Tanto os parlamentares como o presidente foram eleitos e ninguém pode ameaçar o outro. Eu, por exemplo, acho que é muito pior parlamentar roubando do que a pessoa votar, por uma questão de consciência, em um salário mais alto", afirmou ACM. "Eu daria preferência para pegar os ladrões", disse.
As insinuações sobre corrupção foram feitas numa menção indireta a uma carta que o presidente do Senado enviou a FHC na quinta-feira da semana passada com denúncias de corrupção no governo federal. Ele anexou documentos envolvendo o presidente do PMDB, Jader Barbalho (PA), e o líder do PMDB na Câmara, deputado Geddel Vieira Lima (BA), em supostas irregularidades.
Um dos casos citados por ACM é a renovação de incentivos fiscais pela Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) para empresas supostamente envolvidas em fraudes, contrariando recomendação do Ministério Público. As denúncias envolvem o ex-superintendente Arthur Tourinho. Segundo ACM, Tourinho e o atual superintendente, Maurício Vasconcelos, são ""apadrinhados" de Jader.
No caso de Geddel, ACM anexou à carta enviada ao presidente certidões que comprovariam a compra de várias fazendas na Bahia pelo líder do PMDB, por valores supostamente altos.
Jader estava ontem no interior do Pará e retorna hoje a Brasília. Geddel aguarda a chegada do presidente do PMDB para que os dois decidam como reagir às denúncias de ACM.
O presidente do Senado não quis fazer comentários sobre o teor da carta, mas confirmou que a enviou. Disse que só FHC poderia divulgá-la. Mas afirmou que ela contém ""sugestões" ao presidente de combate à corrupção no governo.


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