São Paulo, terça-feira, 09 de maio de 2000


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CONGRESSO
Petistas querem expor voto de parlamentares sobre o salário mínimo; aprovação do valor de R$ 151 é certa
Sem voto, oposição quer pressão popular

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Sem votos suficientes para derrotar o governo, os partidos de oposição apostam na pressão popular para constranger os parlamentares a votarem a favor de um salário mínimo de R$ 177.
O governo conta como certa a aprovação da medida provisória na sessão do Congresso marcada para amanhã, depois que o PFL abandonou a proposta e decidiu apoiar o valor de R$ 151 para manter seus cargos federais.
"Será a pressão popular contra o fisiologismo explícito", afirmou o deputado Paulo Paim (PT-RS). Os partidos de oposição estão pressionando o presidente do Congresso, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), para colocar em votação as duas propostas: o valor de R$ 151 e o de R$ 177.
A oposição quer montar painéis nas cidades com o resultado das votações. "Nossa força é a eleição municipal. A população saberá quem votou a favor do salário mínimo de R$ 151 e quem votou a favor do valor de R$ 177 e ainda quem preferiu se omitir, se ausentando da sessão", afirmou o deputado José Genoino (PT-SP).
Os governistas vão tentar evitar a exposição dos parlamentares. "A votação preliminar é o relatório do deputado Armando Monteiro (PMDB-PE). Se depender de mim, será apenas essa votação", disse o líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA).
O relatório de Monteiro é favorável ao governo e foi aprovado na comissão especial da medida provisória do salário mínimo com os votos do PFL.
A oposição quer reunir até 7.000 pessoas em Brasília em protesto.
Os líderes governistas vão usar a declaração do presidente Fernando Henrique Cardoso como argumento de pressão em suas bancadas. FHC ameaçou afastar do governo os aliados que votarem contra o valor de R$ 151.
"É natural. Estranho seria as pessoas votarem contra projetos centrais e continuarem no governo. Tenho certeza de que aqueles que não puderem votar a favor abrirão mão do seu espaço no governo", afirmou o líder do PSDB na Câmara, Aécio Neves (MG).
"Governar é arcar com responsabilidades. Dividir o sucesso das medidas corretas e arcar com determinados sacrifícios necessários para a efetivação de medidas corretas", afirmou Geddel.
Os aliados estão tentando diminuir as resistências entre os deputados que querem disputar prefeituras em outubro -144 no número oficial da Câmara. (LUIZA DAMÉ e DENISE MADUEÑO)

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