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CONGRESSO
Petistas querem expor voto de parlamentares sobre o salário mínimo; aprovação do valor de R$ 151 é certa
Sem voto, oposição quer pressão popular
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sem votos suficientes para derrotar o governo, os partidos de
oposição apostam na pressão popular para constranger os parlamentares a votarem a favor de um
salário mínimo de R$ 177.
O governo conta como certa a
aprovação da medida provisória
na sessão do Congresso marcada
para amanhã, depois que o PFL
abandonou a proposta e decidiu
apoiar o valor de R$ 151 para
manter seus cargos federais.
"Será a pressão popular contra
o fisiologismo explícito", afirmou
o deputado Paulo Paim (PT-RS).
Os partidos de oposição estão
pressionando o presidente do
Congresso, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), para colocar
em votação as duas propostas: o
valor de R$ 151 e o de R$ 177.
A oposição quer montar painéis
nas cidades com o resultado das
votações. "Nossa força é a eleição
municipal. A população saberá
quem votou a favor do salário mínimo de R$ 151 e quem votou a favor do valor de R$ 177 e ainda
quem preferiu se omitir, se ausentando da sessão", afirmou o deputado José Genoino (PT-SP).
Os governistas vão tentar evitar
a exposição dos parlamentares.
"A votação preliminar é o relatório do deputado Armando Monteiro (PMDB-PE). Se depender de
mim, será apenas essa votação",
disse o líder do PMDB na Câmara,
Geddel Vieira Lima (BA).
O relatório de Monteiro é favorável ao governo e foi aprovado
na comissão especial da medida
provisória do salário mínimo
com os votos do PFL.
A oposição quer reunir até 7.000
pessoas em Brasília em protesto.
Os líderes governistas vão usar a
declaração do presidente Fernando Henrique Cardoso como argumento de pressão em suas bancadas. FHC ameaçou afastar do governo os aliados que votarem
contra o valor de R$ 151.
"É natural. Estranho seria as
pessoas votarem contra projetos
centrais e continuarem no governo. Tenho certeza de que aqueles
que não puderem votar a favor
abrirão mão do seu espaço no governo", afirmou o líder do PSDB
na Câmara, Aécio Neves (MG).
"Governar é arcar com responsabilidades. Dividir o sucesso das
medidas corretas e arcar com determinados sacrifícios necessários para a efetivação de medidas
corretas", afirmou Geddel.
Os aliados estão tentando diminuir as resistências entre os deputados que querem disputar prefeituras em outubro -144 no número oficial da Câmara.
(LUIZA DAMÉ e DENISE MADUEÑO)
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