JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

O Ministério Público do Paraná ingressou às 17h de ontem na 6ª Vara Cível de Londrina com pedido de afastamento do prefeito Antônio Belinati (PFL).
Os promotores também pedem a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do prefeito, além da indisponibilidade dos bens.
O pedido dos promotores Bruno Galatti, Cláudio Esteves e Solange Vicentin estende a quebra de sigilos e indisponibilidade de bens à mulher de Belinati, a vice-governadora do Paraná, Emília Salles Belinati (PTB), e ao filho, deputado estadual Antônio Carlos Belinati (PSB).
No total, 57 pessoas físicas e jurídicas foram arroladas na medida cautelar dos promotores e poderão ter seus sigilos quebrados e seus bens indisponibilizados.
O juiz Celso Saito, da 6ª Vara Cível, tem um prazo de 48 horas para analisar o pedido do Ministério Público. Na medida cautelar, os promotores enumeram oito razões para o afastamento de Belinati do cargo. Entre elas, eles listam "ameaças e tentativa de suborno de réus colaboradores do caso em várias oportunidades no transcorrer da investigação".
O prefeito é ainda acusado de utilizar programa de televisão para "indevida propaganda pessoal e defesa de acusações veiculadas pela imprensa". O pedido de afastamento também é justificado pela "probabilidade de continuar a dilapidar o patrimônio público".
O Ministério Público investiga Belinati há um ano e quatro meses. Foram comprovados desvios de R$ 16 milhões das autarquias AMA (Autarquia do Meio Ambiente) e Comurb (Companhia Municipal de Urbanização).
O ex- presidente da Comurb Eduardo Alonso -réu confesso no esquema de desvios de verbas- disse que os desvios nas duas autarquias podem ultrapassar R$ 30 milhões.

Outro lado
Roberto Brasiliano, assessor do prefeito, disse ontem que ele irá esperar a decisão do juiz Celso Saito sobre o seu pedido de afastamento, "para, depois de analisar o caso com sua assessoria jurídica, decidir se fala sobre o assunto".


Texto Anterior: Sem voto, oposição quer pressão popular
Próximo Texto: Reação a protesto: Chega de tolerar transgressão, diz FHC
Índice