São Paulo, terça-feira, 09 de maio de 2000


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IMPEACHMENT
Comissão pretende rejeitar a defesa do prefeito paulistano, mantendo a investigação sobre supostos crimes
Pitta deve sofrer nova derrota na Câmara

JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Celso Pitta deve sofrer hoje nova derrota na Câmara Municipal de São Paulo, com a manutenção do processo em que é acusado de cometer crimes de corrupção e de improbidade administrativa e de usar o cargo para obter vantagens pessoais.
Essa decisão ocorrerá a partir da recusa da defesa que Pitta (PTN) encaminhou à comissão que analisa um pedido de impeachment contra o prefeito. Com isso, a investigação continuará até julho.
Os indícios de que a derrota política do prefeito está em curso surgiram ontem por meio de uma decisão do presidente da Câmara, Armando Mellão Neto (PMDB).
Mellão decidiu que, se a comissão se manifestar favoravelmente ao arquivamento do impeachment, a proposta terá de ser confirmada em plenário por 37 vereadores. Das três hipóteses possíveis, esta era a pior para Pitta.
Conseguir 37 votos é uma missão impossível para o prefeito. Como a Câmara tem 55 vereadores e 23 declaram voto contra Pitta, sobram só 32 parlamentares.
"Como o regimento não é claro sobre a votação, ouvi muita gente, pois cabe ao presidente decidir. Não estou sendo injusto. Estou optando pela maneira mais democrática", declarou Mellão.
A necessidade de 37 votos em plenário para confirmar o arquivamento interferiu diretamente na opinião dos vereadores governistas que participam da comissão. Eles preferem apoiar a continuidade da investigação a ver uma eventual proposta de arquivamento derrotada em plenário.
O vereador Wadih Mutran (PPB), maior defensor do prefeito na comissão, previu ontem que a decisão será contra Pitta.
"Eu mandaria arquivar esse processo hoje, mas a maioria dos vereadores governistas quer que a comissão continue os trabalhos para mostrar que o prefeito não deve nada", afirmou Mutran.
Hoje, deve ser criada a comissão que analisará um segundo pedido de impeachment de Pitta, em que ele é acusado de ter cometido infração político-administrativa por não ter pago uma dívida.


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