Três argentinos desapareceram em 1980 Câmara pode reabrir investigação sobre "Operação Condor" no Brasil
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados deve realizar na próxima semana uma audiência pública para discutir a reabertura das investigações sobre a atuação da "Operação Condor" no Brasil.
A "Operação Condor" foi um esquema secreto de cooperação criado em 1975 por militares de seis países (Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Brasil), que se destinava a reprimir grupos de esquerda nessas nações.
No mês passado, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Carlos Velloso, determinou que órgãos de segurança do governo brasileiro prestem informações à Justiça argentina sobre o desaparecimento de três argentinos no Brasil, em 1980. O desaparecimento teria ocorrido em razão da "Operação Condor".
Dois argentinos, Horacio Domingo Campiglia e Mônica Susana Pinus de Binstock, teriam sido sequestrados no aeroporto do Rio em 12 de março de 1980, após um vôo vindo do Panamá. O terceiro, Lorenzo Ismael Viñas, também teria desaparecido em 26 de junho daquele ano, na área de Uruguaiana (fronteira do Brasil com a Argentina), durante uma viagem de ônibus de Santa Fé ao Rio.
Outros países, como Itália, Alemanha e França, estariam se preparando para pedir investigações ao Brasil sobre desaparecidos nas mesmas circunstâncias.
Segundo o presidente da CDH da Câmara, deputado Marcos Rolim (PT-RS), devem participar dessa audiência pública representantes de grupos de direitos humanos que acompanham o assunto e políticos que foram investigados por órgãos de repressão.


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