Defesa retoma projeto para combater narcotráfico na fronteira da Amazônia

O Ministério da Defesa retomou as ações do Projeto Calha Norte, para ganhar eficiência nas ações contra o narcotráfico, contrabando e atuação da guerrilha colombiana na fronteira da Amazônia brasileira.
Ontem, em Manaus, durante a abertura da 9ª Reunião de Coordenação do PCN, o gerente do projeto, coronel Claudimar Magalhães Nunes, anunciou que serão investidos cerca de R$ 25 milhões nessa nova etapa -R$ 3 milhões de verbas do Ministério da Defesa e R$ 22 milhões de emendas parlamentares para o Orçamento deste ano.
O coronel Claudimar Magalhães Nunes disse que essa retomada só foi possível pelo apoio político que o projeto teve no Congresso Nacional. Para Nunes, os parlamentares, em especial os que estão nas comissões especiais de Defesa e da Amazônia, se conscientizaram e reconheceram a importância estratégica do projeto.
Os recursos disponibilizados serão utilizados em construções de escolas, inclusive em áreas indígenas, hospitais, pavimentação de pistas de pouso e controle da navegação fluvial.
Em parceria com o Exército, serão instalados quatro Pelotões Especiais de Fronteira (Tunuí-Cachoeira, região da Cabeça do Cachorro, noroeste do Amazonas, Ericó e Uiramutã, em Roraima, e Tiriós, no Pará).
Cerca de 300 soldados trabalharão nesses pelotões fazendo a segurança na fronteira com Colômbia, Venezuela e Guiana.
Segundo o coronel Nunes, a movimentação de guerrilheiros e narcotraficantes colombianos na fronteira brasileira é a grande preocupação do projeto. Para ele, as populações ficam vulneráveis ao assédio dos traficantes para o trabalho ilícito.
Criado há 15 anos pelas Forças Armadas para promover a ocupação e desenvolver a faixa de fronteira mais isolada do país -6.000 quilômetros na Amazônia, entre os Estados do Amapá, Amazonas, Pará e Roraima-, o PCN estava praticamente esquecido pela falta de investimentos do governo federal.
O governo disponibilizou apenas US$ 675 mil para o projeto em 99. Em 15 anos o PCN desenvolveu mais de 60 ações, entre construção de pequenas hidrelétricas em comunidades isoladas, unidades militares, demarcações de limites fronteiriços e rede de saneamento básico. Foram aplicados no projeto, até hoje, US$ 153,8 milhões.

MINAS GERAIS

Itamar e PT conversam sobre frente
O PT e o governador mineiro, Itamar Franco (sem partido, ex-PMDB), estão trabalhando para construir uma frente de oposição com reflexos diretos na eleição presidencial de 2002. Desde o início deste ano, Itamar tem tido encontros com o líder petista Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente nacional do PT, deputado federal José Dirceu (SP). Em cada conversa, a união se torna mais premente para eles, e Itamar tem dado demonstrações disso no seu governo, ampliando o espaço petista na administração do Estado. Nenhum dos lados fala em nomes para concorrer à Presidência da República, por enquanto. "Falar em nomes agora é uma bobagem divisória", diz Lula, que foi candidato derrotado ao Planalto em 1989, 1994 e 1998. (DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS E BELO HORIZONTE)


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