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ALIADOS EM CRISE
Planalto espera que, se nomeado ministro, deputado consiga retirar adesões de peemedebistas à CPI
Temer é o favorito para substituir Bezerra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-presidente da Câmara dos
Deputados Michel Temer
(PMDB-SP) é o nome mais cotado para substituir o senador Fernando Bezerra (RN) no Ministério da Integração Nacional. Sua
indicação faria parte do plano de
composição política para abafar a
CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) da corrupção.
Segundo auxiliares, o presidente Fernando Henrique Cardoso
manifesta simpatia por Temer.
Na cúpula dirigente do PMDB,
grupo ao qual pertence o deputado, ele também é o candidato preferido para ocupar o cargo.
Até o começo da noite de ontem, porém, Temer não havia sido convidado. Peemedebistas disseram à Folha que, se chamado, o
deputado tenderia a aceitar.
Geddel e Moreira
Com menos chances, dois peemedebistas também constam da
lista de ministeriáveis: o líder do
PMDB na Câmara, Geddel Vieira
Lima (BA), e o assessor especial
da Presidência Moreira Franco,
dirigente do PMDB do Rio.
Geddel e Moreira são lembrados por deferência do presidente
Fernando Henrique Cardoso. Ser
cotado lhes dá prestígio regional.
Dirigentes do PMDB tinham
previsto um jantar para ontem à
noite na casa do presidente do Senado, Jader Barbalho (PA), a fim
de discutir o substituto de Bezerra, que pediu para sair do PMDB e
está migrando para o PTB, pelo
qual deseja disputar o governo do
Estado no próximo ano.
O grupo de dirigentes do PMDB
também deveria se reunir com o
ministro-chefe da Secretaria Geral, Aloysio Nunes Ferreira.
Temer tem bom trânsito na
bancada do PMDB, da qual já foi
líder. Se for escolhido, tiraria de
imediato três assinaturas de deputados federais do partido do requerimento de CPI da corrupção:
os paulistas Nelo Rodolfo, José Índio e José Eduardo Dado.
O ex-presidente da Câmara
também possui diálogo com parte
da ala do partido que bombardeia
a atual cúpula do PMDB e teria
chance de ampliar o número de
defecções peemedebistas do total
de assinaturas em apoio à CPI solicitada pela oposição.
Na visão do governo, Michel Temer possui boa imagem pública e
não foi contaminado, por exemplo, pelas acusações contra o presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA).
O Palácio do Planalto não quer
passar a impressão de que escolherá alguém para o ministério
com a finalidade de abafar as investigações do ministério a respeito das recém-extintas Sudam
(Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) e Sudene
(Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste).
FHC já pensou em nomear Temer para o Ministério da Justiça.
O peemedebista, porém, preferiu
aguardar a eleição para a presidência do partido, prevista para
setembro. Essa possibilidade deve
pesar na sua resposta, se for convidado.
(KENNEDY ALENCAR)
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