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Governo deverá barrar emendas
para ambulâncias
GUSTAVO PATU
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em reação ao esquema apurado
pela Operação Sanguessuga, o governo pretende bloquear as despesas incluídas por parlamentares no Orçamento deste ano relacionadas com a investigação.
As áreas visadas são as identificadas em escutas telefônicas, nas
quais autoridades do governo e
assessores do Congresso discutiam as transações investigadas
pela Polícia Federal: compra de
ambulâncias para prefeituras, reformas em hospitais e projetos de
inclusão digital.
Pesquisa da ONG Contas Abertas identificou cerca de 250 emendas parlamentares no Orçamento
de 2006 que destinam dinheiro
público à compra de ambulâncias. As autorizações de gastos estão pulverizadas em vários programas do Ministério da Saúde.
Mesmo depois de alertado sobre o funcionamento de uma
quadrilha que fraudava licitações
e superfaturava a compra de ambulâncias, o ministério assinou,
em 2005, 1.326 convênios para
compra desses equipamentos, sobretudo com prefeituras. Os convênios somaram R$ 111,7 milhões.
Até ontem, a assessoria do ministro Agenor Álvares (Saúde)
não sabia informar sobre o cancelamento de convênios ainda não
pagos ou a suspensão da liberação
de dinheiro público para a compra de ambulâncias.
O Orçamento deste ano ainda
não foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os
gastos previstos para as áreas investigadas, portanto, ainda não
foram liberados e podem ser inteiramente bloqueados.
As despesas relacionadas a ambulâncias, hospitais e inclusão digital são, desde já, candidatas preferenciais ao corte, já que o governo quer cortar R$ 20 bilhões do
Orçamento. A intenção do governo é negociar com líderes partidários para que a iniciativa seja
compartilhada com o Legislativo
-os próprios parlamentares poderiam aprovar o cancelamento.
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