São Paulo, quarta-feira, 09 de junho de 2004

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Dirceu precisa muito de apoio, diz João Paulo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), causou um constrangimento público ontem ao ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, ao criticar supostas injustiças sofridas pelo ministro nos últimos dias. João Paulo disse que Dirceu "precisa de solidariedade grande" neste momento.
Diante de uma platéia de empresários presentes a um encontro sobre desenvolvimento sustentável, Dirceu ouviu contrafeito o desagravo e no final saiu do auditório às pressas: subiu as escadas correndo, sem dar entrevistas.
"Zé, nos últimos dias você tem sido, de forma injusta, criticado de forma direta ou indireta, como uma pessoa que não tem se empenhado por questões importantes do governo como o caso do salário mínimo", disse João Paulo, sem explicar se as críticas vinham de dentro ou de fora do governo.
Diante de uma platéia surpresa, ele prosseguiu: "Eu acho que é injusto o que algumas pessoas têm feito com o ministro José Dirceu, que é uma pessoa que deu a vida, a juventude, que foi, nos últimos meses, de forma acintosa, criticado e injuriado, neste momento que precisaria de solidariedade grande, muitas vezes não é oferecida a ele". João Paulo disse que oferecia sua "modesta" solidariedade. Na saída, ele afirmou que o elogio a Dirceu era "auto-explicativo". Ele não quis dizer quais foram as injustiças cometidas.
O ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política) afirmou que as críticas a que João Paulo se referia não provêm do governo. "Não vejo críticas ao ministro no interior do governo. O que vejo são notas nos jornais sobre essa situação, mas no governo eu não tenho visto nenhuma crítica". Nos últimos dias, a imprensa tem registrado a perda de poder de Dirceu. Após a reforma ministerial, em janeiro, Dirceu transferiu a função de articulador político do governo para Aldo Rebelo e agora se limita a gerenciar o governo, supervisionando as ações dos ministérios. Na última reunião ministerial, na sexta-feira, Dirceu não se manifestou. (WILSON SILVEIRA)


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