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Dirceu precisa
muito de apoio,
diz João Paulo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara, João
Paulo Cunha (PT-SP), causou um
constrangimento público ontem
ao ministro-chefe da Casa Civil,
José Dirceu, ao criticar supostas
injustiças sofridas pelo ministro
nos últimos dias. João Paulo disse
que Dirceu "precisa de solidariedade grande" neste momento.
Diante de uma platéia de empresários presentes a um encontro sobre desenvolvimento sustentável, Dirceu ouviu contrafeito
o desagravo e no final saiu do auditório às pressas: subiu as escadas correndo, sem dar entrevistas.
"Zé, nos últimos dias você tem
sido, de forma injusta, criticado
de forma direta ou indireta, como
uma pessoa que não tem se empenhado por questões importantes
do governo como o caso do salário mínimo", disse João Paulo,
sem explicar se as críticas vinham
de dentro ou de fora do governo.
Diante de uma platéia surpresa,
ele prosseguiu: "Eu acho que é injusto o que algumas pessoas têm
feito com o ministro José Dirceu,
que é uma pessoa que deu a vida,
a juventude, que foi, nos últimos
meses, de forma acintosa, criticado e injuriado, neste momento
que precisaria de solidariedade
grande, muitas vezes não é oferecida a ele". João Paulo disse que
oferecia sua "modesta" solidariedade. Na saída, ele afirmou que o
elogio a Dirceu era "auto-explicativo". Ele não quis dizer quais foram as injustiças cometidas.
O ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política) afirmou que as
críticas a que João Paulo se referia
não provêm do governo. "Não vejo críticas ao ministro no interior
do governo. O que vejo são notas
nos jornais sobre essa situação,
mas no governo eu não tenho visto nenhuma crítica". Nos últimos
dias, a imprensa tem registrado a
perda de poder de Dirceu. Após a
reforma ministerial, em janeiro,
Dirceu transferiu a função de articulador político do governo para
Aldo Rebelo e agora se limita a gerenciar o governo, supervisionando as ações dos ministérios. Na
última reunião ministerial, na
sexta-feira, Dirceu não se manifestou.
(WILSON SILVEIRA)
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