São Paulo, quarta-feira, 09 de junho de 2004

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ELEIÇÕES 2004

Pinotti diz que não foi informado da decisão do diretório estadual, anunciada pelo vice-governador Cláudio Lembo

PFL decide apoiar Serra e deve indicar vice

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O diretório estadual do PFL decidiu que fará mesmo a coligação com o PSDB em São Paulo. O partido deverá indicar um nome para o cargo de vice na chapa do pré-candidato tucano, José Serra.
"A direção estadual do PFL reuniu-se e decidiu que esse é o melhor caminho para o partido", declarou o vice-governador paulista, Cláudio Lembo, que também é o presidente estadual da legenda.
Para os tucanos, o apoio da sigla é importante principalmente em razão do tempo de TV do PFL -quase seis minutos. Com a coligação, o PSDB terá cerca de 11 minutos no programa eleitoral.
A direção estadual do PFL esperava a volta do presidente da legenda, o senador Jorge Bornhausen (SC), que estava em viagem fora do Brasil, para definir a coligação com os tucanos. Bornhausen voltou no fim de semana passado. No domingo, reuniu-se com a direção estadual do partido e com o pré-candidato do PFL, o deputado José Aristodemo Pinotti. Na ocasião, o senador disse a Pinotti que não poderia intervir na decisão que viesse a ser tomada pelo diretório paulista.
De acordo com Lembo, o PFL pretende oficializar a aliança com o PSDB até a semana que vem. Resta ainda definir quem indicará para vice. Há pelo menos cinco nomes cotados para o posto, segundo o vice-governador.
Dois deles são próximos do governador Geraldo Alckmin (PSDB). São os ex-secretários de Estado Lars Grael (Juventude, Esporte e Lazer) e Alexandre de Moraes (Justiça), que se licenciaram dos cargos na semana passada para disputar a eleição de outubro.
Por ser jovem e conhecido, Grael é visto com bons olhos no PSDB, mas, no PFL, é tido como um nome pouco envolvido com a máquina partidária. Outro cotado é o empresário Rogério Amato, da Associação Comercial de São Paulo. Vice-presidente estadual do PFL, Gilberto Kassab foi sondado para o posto, mas afirmou que não tem interesse.
Pinotti disse ontem que, "se for em razão de interesses pessoais, e não do partido", não iria apoiar a coligação com o PSDB. Segundo o deputado, o PFL ainda não o havia informado oficialmente da decisão de compor com os tucanos.
Questionado sobre a possibilidade de ser o vice de Serra, disse: "Ainda não pensei sobre isso".
O PFL rompeu com o governo de Fernando Henrique Cardoso e com a candidatura presidencial de Serra, em 2002, após operação realizada pela Polícia Federal em uma empresa da então governadora e hoje senadora Roseana Sarney (PFL-MA). A sigla responsabilizou Serra pela ação, conhecida como caso Lunus (nome da empresa). Roseana acabou desistindo de disputar a Presidência.

Seminário
Em seminário do PSDB em Brasília, Serra disse que as eleições municipais deste ano são um passo fundamental para os tucanos voltarem à Presidência em 2007.
A principal orientação no evento foi para que os candidatos tucanos usem, como estratégia eleitoral, os ataques ao governo Lula.
"Se o PSDB se fortalecer nessa eleição, dará um passo para que, em 2006, possa novamente retomar o comando do poder federal e dos Estados", afirmou Serra a cerca de 400 participantes.
Na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, o senador tucano Eduardo Azeredo oficializou ontem que não se candidatará. Assim, o PSDB ficou sem pré-candidato e está sendo empurrado a compor com João Leite (PSB).


Colaboraram RANIER BRAGON, da Sucursal de Brasília, e a Agência Folha

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