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TODA MÍDIA
Nelson de Sá
O ruído
O dia estava num ritmo de
felicidade geral da nação.
Manchete no UOL:
- Vendas surpreendem e
crescem na indústria.
E na Globo On Line:
- Indústria pisa fundo.
Até no emprego havia boas
novas. Segundo a Confederação
Nacional da Indústria, "o nível
subiu especialmente no interior
do Centro-Oeste".
E tome comemoração. Na
Globo, Míriam Leitão:
- O Brasil está crescendo, a
inflação está abaixo de 5,5%, os
juros já caíram muito desde o
início do governo. Em outras
palavras, a política econômica
está dando certo.
Mais comemoração. O UOL
News destacou que "a onda de
pessimismo passou". E falou o
ministro Antonio Palocci:
- O crescimento neste ano
está praticamente assegurado.
Partiu daí para defender uma
"agenda microeconômica" de
projetos como Lei de Falências e
Parcerias Público-Privadas para
dar "musculatura".
Palocci pedia uma coisa: não
exijam mais do Banco Central
nesta "retomada da atividade".
Como ele, falou a comentarista
da Globo na seqüência:
- Há muito a fazer para o
país seguir crescendo. E, como
disse o ministro Palocci, não é
apenas reduzir juros.
E o que fez então o ministro
José Dirceu? Surgiu depois de
todos, na Globo News, e exigiu
corte nos juros:
- O Brasil precisa crescer ou
a estabilidade não se mantém.
Não foi só ruído de discurso.
Soou como ameaça.
E foi acrescida de um "elogio"
do presidente da Câmara ao
mesmo Dirceu. Daí a manchete
do Jornal da Record:
- João Paulo expõe crise no
Palácio do Planalto.
Não para o Jornal Nacional,
que manteve a felicidade em
suas manchetes:
- Indústria volta a respirar:
vendas crescem 13% em um
ano. Empresas cobram rapidez
em projetos importantes. Lula
pede pressa ao Congresso na
aprovação das medidas.
A INDÚSTRIA DA MODA
Reprodução
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Enquanto Orestes Quércia partia
para o ataque contra a prefeita e
destituía todo o PMDB paulistano,
que negocia um acordo com o PT,
Marta Suplicy tinha outra agenda.
Segundo o site do partido, ela foi a
um encontro tratar da "expansão
da indústria da moda na cidade". Um projeto municipal
de incentivo fala em aumentar as exportações do setor e
sonha levar a indústria da moda para a zona leste.
O "BUZZ" DA NIKE
Reprodução
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O "New York Times" informou que
a Nike decidiu ir atrás de "um novo
meio para sua publicidade, o blog".
Não é para vender mais. É somente
para "gerar buzz", ruído, conversa.
Mas até a propaganda da Nike tem os
seus limites. A rádio Bandeirantes
noticiou que a bola de futebol gigante
colocada pela empresa nas águas do
rio Pinheiros, em São Paulo, não tinha autorização e será
retirada. Mas o "buzz" que se buscava já foi alcançado.
Rio e Minas
Do Bom Dia Brasil à CBN, o
Rio das Globos reclama que a
administração federal "não está
assumindo o papel" que teria na
segurança do Rio. A resposta,
em "O Globo", foi do ministro
da Defesa, José Viegas:
- A atenção dispensada (ao
Rio e a Minas) foi a mesma. Se
diferença houve, foi nos termos
da solicitação.
Ao contrário de Minas, o Rio,
segundo "uma autoridade",
"não reconheceu a insuficiência
de seus meios policiais".
Às armas
A Igreja Católica vai à luta. O
site Zenit.org noticiou ontem
que a organização Ajuda à Igreja
Necessitada (sic), católica e de
âmbito mundial, definiu como
uma de suas prioridades "o
apoio a meios de comunicação
católicos no Brasil".
Emissoras como a Catedral,
no Rio, seriam um exemplo da
"arma mais eficaz contra seitas
em geral e a Igreja Universal do
Reino de Deus em particular".
Menção
O plano anglo-americano para
o Iraque, aprovado pela ONU,
teve mais que o voto do Brasil.
"New York Times", "El País" e a
agência Dow Jones disseram que
o respeito aos direitos humanos
pelas forças de ocupação, parte
do texto final, foi sugestão do
Brasil, Chile e Espanha.
Reagan e a mídia
Em sua autocrítica sem fim, a
mídia americana agora está se
questionando pela cobertura
simpática a Ronald Reagan. De
Howard Kurtz, do "Washington
Post", aos âncoras da CBS e da
ABC, quase todos deploram as
próprias palavras.
Mas houve exceções. A Slate
destacou em manchete o perfil
feito por Christopher Hitchens,
"A estupidez de Reagan".
Uma curiosidade: as revistas
"Time" e "Newsweek" deram
exatamente a mesma foto de
Reagan em suas capas. Na cena,
ele lembra um cowboy.
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