São Paulo, sexta-feira, 09 de junho de 2006

Próximo Texto | Índice

Painel

Renata Lo Prete
@ - painel@uol.com.br

Foi mal

Em conversa com um líder da oposição, um ministro do Tribunal Superior Eleitoral tentava justificar a decisão, tomada na terça-feira e abortada ontem, de tornar mais severa a verticalização das alianças entre os partidos: "A gente votou mais de dez da noite. E o Marco Aurélio foi tão assertivo..."
Outros ministros do TSE alegaram a políticos que os procuraram em desespero que não tinham a exata noção das conseqüências do que haviam votado, ou seja, a implosão quase completa dos palanques a menos de uma semana das convenções. No final, venceu a pressão dos partidos, e o rótulo de "incoerência" ficou para a Justiça Eleitoral.

Demolição. De José Sarney, sobre os eventos de terça-feira na Câmara e no TSE: "De dia, quebraram o Congresso. À noite, os partidos. Em vez de bater no padre, tentaram destruir a igreja".

Plano B. Renan Calheiros (PMDB-AL) já tinha preparada uma saída caso o TSE insistisse em radicalizar na verticalização das alianças: o Senado aprovaria, a toque de caixa, um decreto legislativo para reinterpretar a lei.

Memórias. João Paulo Cunha (PT-SP) prepara livro sobre a crise do mensalão. Título provisório dado pelo ex-presidente da Câmara e beneficiário das contas de Marcos Valério: "Do Céu ao Inferno".

Devagar. A Comissão de Ética do PT abre na segunda um "procedimento investigatório" no caso Bruno Maranhão. Após a apuração preliminar, o órgão poderá ou não instaurar processo contra o petista que lidera o MLST, num rito que dura até 40 dias.

Rebelião. Só um deputado do PMDB votou contra o reajuste aos aposentados. Quando o partido viu o PT liberando seus parlamentares na questão, decidiu não arcar com o ônus de vetar o aumento. Em tempo: a perda da pasta da Saúde ainda não foi digerida pelos peemedebistas.

Desgaste à vista. A base aliada já conta com a aprovação do reajuste aos aposentados no Senado. Caberá a Lula a decisão de vetar ou não a medida às vésperas da eleição.

Baixo astral. "Meu relatório não agradou a ninguém", lamenta Garibaldi Alves (PMDB-RN). À exceção de Paulo Okamotto, os indiciados da CPI dos Bingos são "cachorros mortos", nas palavras de um líder da oposição.

Nó na cabeça. A decisão de poupar Gilberto Carvalho e José Dirceu obedeceu a um raciocínio tortuoso. Desafeto do ex-ministro, o relator temia ser acusado de "revanchismo". Por analogia, resolveu poupar também o chefe-de-gabinete de Lula.

Fórceps. A nota em que o secretário da Segurança, Saulo de Abreu Filho, afirma que não teve intenção de desrespeitar a Assembléia em seu tumultuado depoimento foi precedida de visita de Rodrigo Garcia (PFL) a Claudio Lembo. O presidente da Casa bateu o pé por uma retratação.

Público-alvo. Enquanto Alckmin e Serra visitavam o Tênis Clube de Catanduva, um grupo de senhoras tomava chá. "Se o Lembo estivesse aqui, iria fazê-las abrir a bolsa", brincou um tucano.

Visitas à Folha. Antônio Sarkis Jr., presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Helmi Nasr, vice-presidente e professor titular de estudos árabes e islâmicos da Universidade de São Paulo.
 
Eduardo de Queiroz Monteiro, presidente do Grupo EQM, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Flávia Coelho, diretora administrativa e financeira, de Carlos Brickmann, presidente da Brickmann Associados, e de Marli Gonçalves, diretora.

Contraponto

Meio desligado

Em campanha para o Senado nas eleições de 1998, Eduardo Suplicy (PT-SP) fez uma visita a Ribeirão Pires, na Grande São Paulo. Cumprindo agenda de candidato, foi recebido pelo secretário de Obras, o hoje deputado estadual Mário Reali (PT-SP), que fez uma longa explanação sobre o projeto de recuperação do centro da cidade.
Encerrada a conversa, Suplicy se despediu e foi circular pelas ruas para fazer o mais importante: pedir votos. Vira à esquerda, vira à direita, uma hora depois ele encontrou de novo com Reali. E, para espanto do secretário, engatou um papo como se estivessem se conhecendo ali:
-Muito prazer, meu nome é Eduardo Suplicy.


Próximo Texto: TSE recua e restaura regras de alianças válidas em 2002
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.