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Vai-e-vem do tribunal divide especialistas
DA REDAÇÃO
As seguidas mudanças de interpretação do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) em relação
à legislação eleitoral dividem os
advogados constitucionalistas
ouvidos pela Folha. A pergunta
aos especialistas foi a seguinte:
"a mudança de entendimento
sobre a legislação eleitoral às
vésperas da disputa cria insegurança jurídica?"
Para o professor da PUC-SP,
Celso Bandeira de Mello, a resposta é não. "Não houve mudança de interpretação, mas
uma ampliação da interpretação [em relação ao engessamento das alianças]." Essa é a
mesma linha do professor da
USP Manuel Gonçalves Ferreira Filho, ao comentar a regra
que restringia ainda mais as
alianças e que foi revista na
noite de ontem. "A nova interpretação é um desdobramento
da primeira, não se criou uma
regra nova", disse Ferreira.
André Ramos Tavares, presidente do Instituto Brasileiro de
Estudos Constitucionais, diz
ainda que o foco da discussão
está equivocado. Segundo ele,
"o que dá segurança jurídica
são as instituições democráticas, e não o texto da lei".
Avaliação bem diversa tem
João Antonio Wiegerinck, professor do Mackenzie, que prefere ressaltar o que chama de
"gravidade da situação". "Não
há dúvida de que as incertezas
criadas pelo tribunal ferem o
princípio da confiança do cidadão. Esse é um ambiente perigoso", afirma. "Constituição
estável, com um pequeno número de emendas, é o que dá
confiança e segurança jurídica
no caso de abuso de poder."
José Levi Mello do Amaral,
professor do Centro Universitário de Brasília e ex-assessor
jurídico da Casa Civil da Presidência da República, também
não concorda com mudança de
entendimento às vésperas da
eleição: "O mais importante,
no direito, para o cidadão, para
o Estado e para a democracia,
são regras estáveis".
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