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JUSTIÇA
A aprovação de Paulo Gallotti, do TJ-SC, será votada hoje devido a uma falha no sistema de votação eletrônica
Senado aprova 3 dos 4 indicados ao STJ
da Sucursal de Brasília
O Senado aprovou ontem três
das quatro indicações do Poder
Executivo para o STJ (Superior
Tribunal de Justiça).
Por causa de um defeito do sistema eletrônico de votação, foi adiada para hoje a votação da indicação do juiz Paulo Gallotti, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
A única polêmica foi a do juiz
Francisco Cândido de Melo Falcão
Neto, do Tribunal Regional Federal da 5ª região (sede em Pernambuco), que é réu em uma ação de
investigação de paternidade.
Falcão foi quem recebeu o maior
número de votos contrários -13.
Sua indicação foi aprovada pelos
senadores com 59 votos favoráveis. Houve uma abstenção.
A juíza Eliana Calmon Alves, do
TRF da 1ª região (sede em Brasília), foi muito elogiada por sua sinceridade em entrevista à Folha.
Na entrevista, publicada no último domingo, a juíza afirmou que
procurou alguns senadores, entre
eles o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
pedindo que apoiassem a indicação do seu nome ao presidente da
República (veja quadro nesta página).
A indicação de Eliana Falcão foi
aprovada por 65 votos. Houve sete
votos contrários e uma abstenção.
A indicação do juiz Jorge Tadeo
Flaquer Scartezzini, ex-presidente
do TRF da 3ª região (sede em São
Paulo), foi aprovada com 62 votos
favoráveis, 3 contra e 3 abstenções.
Carta
Temendo a rejeição do seu nome,
Francisco Falcão procurou ontem
de manhã o senador Carlos Wilson
(PSDB-PE), a quem entregou uma
carta endereçada a ACM. Na carta,
entre outras coisas, ele se compromete a fazer o exame de DNA,
quando a Justiça determinar.
Carlos Wilson levou Falcão a
ACM, para que entregasse a carta
pessoalmente. Mais tarde, em entrevista, questionado sobre a possibilidade de aprovação do nome
de Falcão, ACM disse: "Mesmo entre os jornalistas, quem quiser que
atire a primeira pedra".
Três senadores contestaram a indicação de Falcão: Emília Fernandes (PTB-RS), Heloísa Helena
(PT-AL) e José Eduardo Dutra
(PT-SE).
Prisão
Para os senadores contrários à
indicação de Falcão, o problema
não é ser vítima de uma investigação de paternidade, mas o seu
comportamento posterior.
Eles lembraram que o juiz mandou prender seus dois supostos filhos, Renato e Rodrigo Lopes (são
gêmeos), quando eles o procuraram na sede do Tribunal Regional
Federal, em Recife.
Os senadores disseram também
que o juiz se desqualificou para o
cargo de ministro do STJ ao apresentar sua defesa, durante a sabatina na Comissão de Constituição e
Justiça do Senado, ocorrida na semana passada.
Na ocasião, Francisco Falcão atacou a procuradora da República
que move a ação de paternidade,
Armanda Soares Figueirêdo, dizendo que é louca, pelo fato de ter
sofrido psicose puerperal -doença à qual as mulheres estão sujeitas
depois do parto.
Os senadores que defenderam a
indicação de Falcão reconheceram
que ele foi "infeliz" ao defender-se
na sabatina, mas sustentaram que
ele preenche os requisitos do cargo, que são notório saber jurídico e
reputação ilibada.
(WILSON SILVEIRA)
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