São Paulo, Quarta-feira, 09 de Junho de 1999
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GRAMPO NO BNDES
Artur Gueiros e Silvana Batini enviaram ofício com perguntas para o presidente a Geraldo Brindeiro
Procuradores querem questionar FHC

da Sucursal do Rio


Os procuradores da República que investigam os grampos telefônicos no BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) enviaram ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, ofício com quatro perguntas ao presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o caso.
O ofício foi enviado anteontem pelos procuradores Artur Gueiros e Silvana Batini.
Representantes do Ministério Público Federal no inquérito que apura a autoria da escuta telefônica, a cargo da Polícia Federal no Rio, Gueiros e Batini decidiram enviar o ofício depois que leram em revistas e jornais supostos comentários de FHC sobre os grampos na sede do BNDES.
Os procuradores dizem que as supostas declarações do presidente sobre a participação de órgãos do governo na apuração do caso não constam do inquérito. FHC poderá responder ao ofício dos procuradores por escrito.
No ofício, os procuradores pedem a Brindeiro que confirme com o presidente se a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) participou em algum momento das investigações que estão sendo feitas sobre a autoria das escutas e a localização dos grampos.

Abin
Eles também perguntam se o presidente confirma que teria sido informado pela Abin de que o grampo foi instalado na sede da antiga Telerj, telefônica estatal fluminense privatizada no ano passado pelo governo federal.
Os procuradores querem ainda saber se FHC confirma que o grampo teria sido colocado com objetivos comerciais.
O último tópico do ofício pergunta se o presidente tem alguma outra informação relevante sobre a escuta clandestina no BNDES.
De acordo com os procuradores, FHC não tem a obrigação de responder ao ofício.
Também não há prazo definido para que o presidente apresente uma resposta.

Indiretamente
O ofício foi encaminhado ao procurador-geral da República porque o presidente, como autoridade máxima do país, não pode ser questionado diretamente pelos procuradores.


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