São Paulo, sexta-feira, 09 de julho de 2004

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PAINEL

A pão e água
Os nove deputados petistas que votaram contra o mínimo de R$ 260 reclamam que o Palácio do Planalto destila rancor maior contra eles do que contra as lideranças oposicionistas.

Oposição adocicada
No Ceará, por exemplo, Tasso Jereissati (PSDB) conseguiu liberar empenhos para 18 das 20 emendas que apresentou ao Orçamento. Já o petista João Alfredo, punido por votar contra o Planalto, também apresentou 20 emendas, mas só assegurou recursos para duas delas.

Emenda assustadora
A liberação de um estranho empenho para o Orçamento chamou a atenção do Congresso: R$ 150 mil do Ministério da Integração Nacional para emenda da senadora Patrícia Gomes (PPS) para obras no "açude do Medo, comarca de Fantasma".

Na área alheia
Longe dos refletores, Antonio Palocci Filho atuou fortemente na articulação do governo para destravar a pauta econômica no Senado. Entre cafés da manhã, reuniões e telefonemas, o ministro da Fazenda conversou, a pedido de Aldo Rebelo, até com líderes da oposição.

Costura com o inimigo
Entre os líderes com os quais Palocci conversou discretamente estavam os dois espadachins da oposição, o tucano Arthur Virgílio Neto e o pefelista José Agripino. O cearense Tasso Jereissati também ajudou.

Quem avisa
Recado do PMDB ao Planalto: a sigla julga-se boicotada pelo PT, nem todos os acordos para preenchimento de cargos foram cumpridos, mas não pensa em desembarcar do governo. Pelo menos até se certificar das chances de Lula em 2006.

Lentidão palaciana
A transcrição do Planalto para os 80 minutos de discurso de José Dirceu, nos 18 meses de governo, demorou 48 horas.

Ele é carioca
Ciro Gomes (Integração Nacional) acalenta com paciência o projeto de trocar o PPS pelo PTB e sair candidato a governador do Rio, com o apoio de Lula. Não descarta até filiar-se ao PT.

Passe disputado
O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PSB), é citado entre os nomes que o Planalto estimula ir para o PTB, assim como Ciro Gomes, em rota de colisão no PPS. Mas amigos de Hartung abrem a possibilidade de sua filiação ao PMDB.

Causa própria
Fracassou ontem, pela terceira vez por falta de quórum, a tentativa de Alckmin de votar o Orçamento do Estado. Insistirá na terça-feira, mas os deputados pressionam para que a Assembléia seja convocada no recesso, com direito a salário extra.

A Saúde adverte
Humberto Costa comemorou 47 anos num boteco do tipo sujinho-chique de Brasília, o Bar do Amigão. A mesa do ministro consumiu cinco cervejas, uma porção de língua de pernil assado e caldo de feijão. Tudo por R$ 40, incluindo os 10% de gorjeta.

Martelo batido
O marqueteiro João Santana, ex-sócio de Duda Mendonça, cuidará das campanhas do PT em Ribeirão Preto e Campo Grande e do PDT em Campinas.

Frente ampla
Avaliação de Aécio Neves e Michel Temer: a aliança em quatro capitais do PMDB com o PSB, que em Belo Horizonte conta com o reforço do PSDB, pode servir de ensaio para 2006. O PPS também conversa.

Conflito aberto
Antero Paes de Barros, presidente da CPI do Banestado, rebate manobra de José Mentor para convocar João Arcanjo, acusado de comandar o crime organizado no MT. "O Uruguai, onde ele está preso, não deixou que fosse ouvido. O PT malufou e fica inventando essas coisas."

TIROTEIO

De Gilmar Machado (PT-MG), sobre Rodrigo Maia (PFL-RJ) paralisar sessão do Congresso e retardar as férias dos parlamentares porque o BB atrasou acordo em favor do Rio:
-Ele agiu como um vereador, autêntico filhinho de papai.

CONTRAPONTO

Minas está onde sempre esteve

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, é um carioca de fim de semana. É visto costumeiramente no calçadão da orla da praia, freqüenta os bares da moda no Rio e é figura fácil nos ensaios da escola de samba Mangueira, quase sempre bem acompanhado.
A presença constante já fez com que Aécio tivesse de rechaçar com bom humor convites para se candidatar a governador do Estado do Rio.
-E onde eu passaria os meus fins de semana? -graceja.
Mas o espírito carioca traiu o governador em solenidade com o arquiteto Oscar Niemeyer nesta semana. Ao pedir recursos para Minas, Aécio reclamou:
-A Infraero precisa fazer mais investimentos no aeroporto Santos Dumont!
-Esse é o aeroporto do Rio, governador. O de Belo Horizonte chama-se Pampulha -corrigiram-no baixinho.



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