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Delúbio diz à PF que
não se lembrava do aval
MARCELO SALINAS
DA REDAÇÃO
Em depoimento à Polícia Federal em São Paulo o tesoureiro
afastado do PT, Delúbio Soares,
disse que não se lembrava de que
o publicitário Marcos Valério de
Souza tinha avalizado um empréstimo, de R$ 3 milhões, do
Banco Rural ao seu partido, mas
confirmou a existência do contrato e da garantia.
Delúbio, que foi ouvido por cinco horas, não falou com os jornalistas. Porém seu advogado, Arnaldo Malheiros, disse que seu
cliente justificou a escolha do publicitário para garantir o empréstimo dizendo que Valério, acusado de ser um dos operadores do
suposto esquema de "mensalão",
foi quem viabilizou os dois empréstimos -o primeiro foi com o
banco BMG, de R$ 4,5 milhões.
"Ele [Delúbio] estava à procura
de crédito e havia pedido empréstimos a vários bancos. (...) O Marcos Valério foi quem o apresentou
aos bancos, foi quem viabilizou a
concessão dos empréstimos."
Ainda segundo o advogado, o
PT recebeu um outro empréstimo, do Banco do Brasil, "de cerca
de R$ 3,5 milhões". Mas esse não
teria sido avalizado pelo publicitário. O endividamento do PT,
ainda de acordo com Malheiros,
foi apresentado como argumento
de que o partido não pagou mesada em troca de apoio político a
partidos da base aliada.
O secretário-geral licenciado do
PT, Silvio Pereira, também foi ouvido pela Polícia Federal ontem e
disse que não sabia que Marcos
Valério havia garantido empréstimos para o PT. Afirmou que disse
aos policiais apenas que administrava a distribuição de cargos para
petistas na esfera federal.
Segundo ele, tudo que fez foi
com o aval do partido. Silvio Pereira, que disse desconhecer o suposto esquema do "mensalão"
("não sei, nunca fiz"), prestou depoimento de três horas para o inquérito que investiga a ligação entre Marcos Valério e membros da
cúpula do partido.
Malheiros, que também defende Silvio Pereira, disse que as perguntas do delegado Luiz Flávio
Zampronha foram concentradas
nas indicações do PT para a Diretoria de Tecnologia dos Correios.
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