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TJ do Rio condenou pai de procurador
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Apontado pelo filho, o procurador da Fazenda Nacional Glênio
Sabbad Guedes, como titular da
conta que recebeu dinheiro do
publicitário Marcos Valério, o advogado Ramon Prestes Guedes de
Moraes foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio por improbidade administrativa.
A condenação, de segunda instância, ocorreu em outubro de
2002. Guedes de Moraes foi considerado culpado da acusação de
ter praticado "lesão ao erário" e
"ofensa aos princípios da legalidade e moralidade administrativas" quando presidia a Junta Comercial do Estado do Rio.
O advogado recorreu ao STJ
(Superior Tribunal de Justiça). O
recurso ainda não foi julgado.
Guedes de Moraes foi acusado de
favorecer a Serasa S/A em procedimentos internos da Junta Comercial. Procurado pela Folha, o
advogado se descontrolou assim
que o repórter se identificou ao telefone. "Meu filho, para conversar
comigo só com hora marcada, só
com hora marcada", gritou ele,
antes de bater o aparelho.
No acórdão da 16ª Câmara Cível
do TJ, o pai do procurador foi
condenado a pagar uma multa
equivalente a dez vezes a remuneração que recebia como presidente da Junta Comercial, cargo exercido em 1992 e 1993. Guedes de
Moraes teve os direitos políticos
suspensos pelo período de cinco
anos e foi proibido de contratar
com o Poder Público durante três
anos "ou dele receber benefícios
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente".
Certidões de cartórios do Estado do Rio apontam que, nos últimos quatro anos, Glênio Guedes
adquiriu pelo menos nove imóveis em áreas nobres da zona sul
carioca, além de dois apartamentos em um condomínio de luxo
em Angra dos Reis e de estar
construindo uma casa em Petrópolis. Esse patrimônio, na avaliação de empresas de corretagem,
pode atingir R$ 5 milhões.
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