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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ RUMO A 2006
Setores da oposição e do governo discutem a possibilidade de
o Congresso acelerar tramitação de emenda na Constituição
Cristovam pede fim da reeleição contra crise; Serra rechaça
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O senador Cristovam Buarque
(PT-DF) defendeu ontem, na tribuna, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desista de sua
reeleição e que encaminhe ao
Congresso Nacional um projeto
que acabe com essa possibilidade.
Já o prefeito de São Paulo, José
Serra (PSDB), rejeitou a proposta.
Setores da oposição e do governo conversam sobre a possibilidade de acelerar a tramitação de
emendas constitucionais acabando com a reeleição.
Isso contribuiria, segundo Cristovam, para superar a crise pela
qual passa o governo e o PT.
"O presidente deveria mandar
para cá um projeto acabando com
a reeleição. Trata-se de dizer "acaba-se esse instituto e eu, presidente Lula, abro mão de disputar outro mandato."
O petista avalia que essa medida
ajudaria a serenar os ânimos gerados pela crise. "A reeleição faz
com que não tenhamos mais presidente, tenhamos candidato."
Serra rechaça acordo
O prefeito de São Paulo, José
Serra (PSDB), rechaçou ontem a
existência de um acordo com o
governo federal para terminar
com a possibilidade de reeleição
já em 2006, em troca de o governo
Lula ser poupado nas investigações sobre corrupção que ocorrem atualmente no Congresso.
""Não nos recusamos a conversar com nenhuma força política,
muito menos com a força governamental. Isso é uma coisa. Outra
é imaginar que vai haver um entendimento por trás das cortinas,
para levar a CPI para isto ou para
aquilo. Isso é um absurdo."
"Primeiro, porque não seria
correto. Segundo, porque não daria certo", disse o prefeito, que
participou do 3º Encontro Sobre
Gestão Pública e Políticas Sociais,
promovido pelo Instituto Teotônio Vilela, em Porto Alegre (RS).
De acordo com o prefeito paulistano, ninguém vai conseguir
deter ou imprimir um rumo para
as investigações no Congresso.
""Qualquer coisa que se faça seria utópica. Há um processo em
andamento que ninguém vai deter. Ninguém vai dar rumo, dar
direção para essas investigações.
O que precisamos é não imprimir
um rumo de desestabilização",
afirmou o prefeito.
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