São Paulo, sábado, 09 de julho de 2005

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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ RUMO A 2006

Setores da oposição e do governo discutem a possibilidade de o Congresso acelerar tramitação de emenda na Constituição

Cristovam pede fim da reeleição contra crise; Serra rechaça

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O senador Cristovam Buarque (PT-DF) defendeu ontem, na tribuna, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desista de sua reeleição e que encaminhe ao Congresso Nacional um projeto que acabe com essa possibilidade.
Já o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), rejeitou a proposta.
Setores da oposição e do governo conversam sobre a possibilidade de acelerar a tramitação de emendas constitucionais acabando com a reeleição.
Isso contribuiria, segundo Cristovam, para superar a crise pela qual passa o governo e o PT.
"O presidente deveria mandar para cá um projeto acabando com a reeleição. Trata-se de dizer "acaba-se esse instituto e eu, presidente Lula, abro mão de disputar outro mandato."
O petista avalia que essa medida ajudaria a serenar os ânimos gerados pela crise. "A reeleição faz com que não tenhamos mais presidente, tenhamos candidato."

Serra rechaça acordo
O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), rechaçou ontem a existência de um acordo com o governo federal para terminar com a possibilidade de reeleição já em 2006, em troca de o governo Lula ser poupado nas investigações sobre corrupção que ocorrem atualmente no Congresso.
""Não nos recusamos a conversar com nenhuma força política, muito menos com a força governamental. Isso é uma coisa. Outra é imaginar que vai haver um entendimento por trás das cortinas, para levar a CPI para isto ou para aquilo. Isso é um absurdo."
"Primeiro, porque não seria correto. Segundo, porque não daria certo", disse o prefeito, que participou do 3º Encontro Sobre Gestão Pública e Políticas Sociais, promovido pelo Instituto Teotônio Vilela, em Porto Alegre (RS).
De acordo com o prefeito paulistano, ninguém vai conseguir deter ou imprimir um rumo para as investigações no Congresso.
""Qualquer coisa que se faça seria utópica. Há um processo em andamento que ninguém vai deter. Ninguém vai dar rumo, dar direção para essas investigações. O que precisamos é não imprimir um rumo de desestabilização", afirmou o prefeito.


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