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Tucano evitará a crise na
segurança e a gestão FHC
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo
Alckmin, procura se imunizar
para o debate eleitoral de dois
temas tidos como dos mais espinhosos para sua campanha: a
crise da segurança pública em
São Paulo e a evocação do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso na disputa eleitoral.
Como vacina para a comparação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva com os oito
anos de FHC, Alckmin busca
desqualificar a estratégia petista, chamando de atrasada a política de você ficar "o tempo inteiro falando mal do antecessor". "Não se usa mais isso nem
nas cidadezinhas do interior",
comentou o ex-governador.
Alckmin adota o discurso de
que está sempre pronto para
defender FHC (que governou o
país, em duas gestões, de 1995 a
2002), mas que a campanha deve "olhar para a frente".
Comparação
O tucano afirma que vai mostrar sua atuação no governo de
São Paulo, em comparação com
as deficiências da administração federal petista.
Apontada por seus aliados
como agenda negativa da campanha, a crise na segurança pública terá duas diferentes abordagens: a apresentação de medidas adotadas pelo governo de
São Paulo para o combate à criminalidade e a federalização do
problema.
Repetindo que o governo federal foi omisso, Alckmin tenta
mostrar que tem propostas
consistentes para o setor, como
a criação da polícia de fronteira.
Com o desafio de conquistar
os eleitores das classes D e E
-muitos deles beneficiários de
ações de assistência social-,
Alckmin busca um antídoto para os efeitos eleitorais de programas como o Bolsa-Família.
Além da promessa de manter
a rede de proteção social, ou até
de ampliá-la, Alckmin insistirá
no discurso de que é preciso garantir emprego para que o brasileiro não dependa de benefícios públicos. A meta, repete, é
o crescimento. Para atrair esse
eleitor, Alckmin pretende
apresentar iniciativas do governo de São Paulo, como o Bom
Prato e o Poupatempo.
A reforma da Previdência Social deverá ser um tema contornado pelo comando da campanha do PSDB. Questionado,
Alckmin já defendeu mudanças
para a concessão de aposentadorias somente para quem entrar no serviço público.
Alckmin também tergiversou ao responder se, a exemplo
de Lula, vetaria o reajuste dos
aposentados. Limitou-se a dizer que, no governo, criaria as
condições para que fosse concedido. A intenção de explorar
a vulnerabilidade petista está
expressa no slogan "Brasil decente, Alckmin presidente".
Alckmin tem repetido que os
valores e princípios éticos serão abordados na campanha.
Para apagar outra imagem
incômoda - a da falta de densidade - Alckmin pediu para a
equipe de programa de governo
que apresse a conclusão de propostas. A idéia é apresentar
uma plataforma baseada em
dois pilares: desenvolvimento e
serviços essenciais de Estado.
Infra-estrutura
Dentro do projeto de desenvolvimento, apresentará um
pacote para investimento em
infra-estrutura, com apoio da
iniciativa privada; outro de
apoio à agricultura e um terceiro de redução de carga tributária e incentivo ao microempresário. Adotado em São Paulo, o
Simples Paulista será usado para demonstrar que Alckmin seria capaz de cumprir suas promessas. O esforço do candidato
é mostrar que tem propostas
melhores e, se eleito, será capaz
de executá-las.
Ao pregar a melhoria das
condições macroeconômicas,
Alckmin atacará pontos fracos
do governo: taxa de juros e
câmbio. Ele abordará também
a crise da Bolívia como uma deficiência do governo. O tímido
crescimento tem sido um dos
principais alvos de Alckmin,
que pretende eleger saúde,
educação e segurança como temas da campanha.
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