UOL

São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

REFORMA SOB PRESSÃO

Governo espera enviar em novembro projetos que vão regulamentar a reforma da Previdência

Berzoini quer reforma em vigor em 2004

JULIANNA SOFIA
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Passado o teste mais difícil da reforma da Previdência, o governo quer promulgar as mudanças constitucionais e aprovar no Congresso ainda neste ano as leis que regulamentarão as novas regras de aposentadoria dos servidores.
O ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, disse ontem que a intenção é promulgar a reforma em novembro e, na mesma semana em que isso ocorrer, enviar ao Legislativo o pacote de leis ordinárias com a regulamentação. "É desejável que possamos promulgar [a emenda] com tempo hábil para aprovar até o fim do ano as leis ordinárias. Seria muito bom para o país, seria um gol aprovar em apenas um ano uma reforma tão importante", afirmou.
Para o governo cumprir esse cronograma, os senadores terão de entrar em acordo para encurtar prazos regimentais. Se estes forem seguidos à risca, ficará mais difícil para o governo regulamentar a reforma ainda neste ano.
Pontos importantes da reforma só serão aplicados na prática após a regulamentação. Só depois de aprovar uma lei criando fundos de pensão, por exemplo, o governo poderá limitar as aposentadorias de novos servidores ao teto de R$ 2.400 previsto na emenda. O mesmo ocorre com o cálculo de novas aposentadorias pela média das contribuições dos servidores.
Quem não optar por receber a aposentadoria integral (que impõe regras duras de permanência no setor público) e quiser se aposentar antes estará sujeito ao cálculo da aposentadoria pela média das contribuições. Isso só entrará em vigor após a aprovação da lei que definirá a forma de cálculo.
Ele prevê mais tranquilidade na tramitação da reforma no Congresso, mas não acha que a batalha já foi vencida: "O Parlamento nunca é tranquilo, é a casa do debate, da divergência. E, havendo partidos, há sempre marcação de posição. No Senado, vamos tentar convencer os senadores de que seria desejável uma tramitação célere e sem modificações, respeitando as prerrogativas da Casa".
Berzoini disse que as concessões feitas pelo governo na reta final da aprovação do texto em primeiro turno, segundo cálculo preliminar, geram uma perda de 7% da economia prevista inicialmente pelo governo com a reforma.
As últimas projeções do ministério estimavam em R$ 50,7 bilhões a redução dos gastos do governo federal com as novas regras em um prazo de 20 anos. Nas contas do ministro, essa economia cairia para R$ 47,1 bilhões.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Lula comemora votação em carta a João Paulo
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.